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Crowdfunding

Plataforma permite virar sócio de startups investindo a partir de R$ 1 mil

CapTable startup
Guilherme Enck e Paulo Deitos, sócios-fundadores da CapTable. (Foto: Divulgação)

Sabe aqueles sites de vaquinhas virtuais, em que você doa recursos para causas ou para pessoas? Pois agora é possível investir em empresas de pequeno porte de base tecnológica, as startups, em um sistema semelhante. Essa é a premissa da CapTable, plataforma de captação de investimentos abrigada sob o guarda-chuva da Starse, uma rede de negócios que pretende integrar empreendedores digital, investidores, mentores e outros profissionais ligados ao mundo digital. A plataforma estreou no último dia 10 de julho, com uma captação de R$ 151 mil, que surpreendeu até mesmo os seus fundadores.

O alvo da CapTable, segundo explica o cofundador Guilherme Enck, é dar ao pequeno investidor a possibilidade de se tornar sócio de empresas pequenas, mas promissoras. O investimento mínimo equivale a uma cota, que custa R$ 1 mil. “Vamos trabalhar com gente que hoje investe em ações ou em fundos, mas que acompanha o crescimento das startups e quer crescer junto com elas”, diz.

O mercado em que a companhia é uma das pioneiras foi regulamentado em 2017 por uma instrução da Comissão de Valores Mobiliários, que fiscaliza o mercado de capitais no país. A instrução 588 trata da “oferta pública de distribuição de valores mobiliários de emissão de sociedades empresárias de pequeno porte realizada com dispensa de registro por meio de plataforma eletrônica de investimento participativo”.

É, assim, uma forma de crowdfunding, que é justamente essa modalidade de um grande número de pessoas injetarem pequenos valores para viabilizar algo maior. No Brasil, plataformas como Catarse.me e o Vakinha.com.br surgiram com o mesmo propósito, mas se concentram em causas e acabam financiando iniciativas de pessoas físicas e de organizações não governamentais.

Já a CapTable surge para quem quer ganhar dinheiro. “Pense na 99, que surgiu como uma startup para achar táxis e hoje é uma empresa de US$ 1 bilhão”, compara Enck. “O diferencial da CapTable é apresentar ao pequeno investidor a oportunidade de ter contato com startups que têm um real potencial de ganhar espaço no mercado e de gerar lucros a todos que investiram.”

Ao entrar na plataforma, o candidato a investidor se depara com os projetos das empresas que foram selecionadas pela CapTable para captação. No momento fazem parte do portfólio a Inbeauty, que faz pesquisas em nanotecnologia para nutricosméticos; a NOC, criadora de um aplicativo que auxilia na produção de conteúdo para o pequeno varejo da área de alimentação (restaurantes, padarias, bares, cafés); a Trashing, que faz gestão de resíduos e conecta empresas geradoras de resíduo sólido com cooperativas de reciclagem e empresas especializadas; e a Eirene Solutions, que atua no campo do agronegócio para otimizar o uso de produtos químicos.

“O investidor vai conhecer a fundo a empresa, por meio de documentos financeiros, uma avaliação contábil e o plano de negócios completo”, explica Guilherme Enck.

Se decidir entrar no negócio, o investidor irá preencher um cadastro detalhado e completar o processo. Cada empresa tem seu alvo de captação. Se esse alvo for atingido (ou pelo menos dois terços dele), a operação é completada e o investidor recebe um título de dívida conversível em ações no momento em que a empresa se tornar uma sociedade anônima – o prazo máximo para isso ocorrer é de cinco anos. Já o prazo para a captação é de 90 dias. Se, nesse tempo, o mínimo de captação não for atingido, a CapTable devolve integralmente o dinheiro aos investidores.

Enck conta que a empresa surgiu de um reencontro dele com o sócio Paulo Deitos. Eles haviam trabalhado juntos em uma empresa de investimentos imobiliários, há alguns anos. Enck saiu para abrir um negócio próprio na área de fusões e aquisições e Deitos também deixou a empresa, para uma nova operação.

Detecção de oportunidade levou à criação do negócio

Embora trabalhasse somente com empresas com faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 1 bilhão, Enck recebia com frequência contatos de startups em busca de investidores. Por outro lado,também era questionado por pessoas físicas com bons recursos disponíveis e em busca de oportunidades. Enquanto isso, Deitos passou a trabalhar com fintechs e plataformas de tecnologia. Quando se encontraram, surgiu a ideia de juntar a expertise dos dois, usando uma base tecnológica para juntar investidores e startups. “Quando comentamos sobre isso com o Pedro Englert, da Startse, ele disse que gostaria de participar. Estava formada a tempestade perfeita”, diz Enck.

Agora, o objetivo é popularizar o investimento em startups. “Esse segmento sempre esteve ligado a gente grande, como fundos de venture capital e investidores anjos. Agora está ao alcance de qualquer um”, diz Enck.

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