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MÍDIA

Playboy pode voltar às bancas brasileiras com outra editora

A primeira Playboy, de agosto de 1975, e a primeira edição com o nome estampado, de julho de 1978 | Reprodução/Facebook
A primeira Playboy, de agosto de 1975, e a primeira edição com o nome estampado, de julho de 1978 (Foto: Reprodução/Facebook)

A Editora Abril anunciou nesta quinta-feira (19) que deixará de publicar as revistas Playboy, Men’s Health e Women’s Health. Isso não significa necessariamente, no entanto, que as revistas deixarão as bancas do país.

Há negociações avançadas entre uma editora brasileira e a Playboy Enterprises, empresa americana que controla os direitos sobre a franquia, para que o título continue a circular. E a editora Globo está em negociação para publicar a Men’s Health” e Women’s Health.

Segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação), as três revistas têm tido queda nas vendas.

A Playboy teve queda de 31,6% em agosto comparado com o mesmo mês do ano anterior, chegando à marca de 79.163 exemplares. Bem longe do recorde de vendas de 1,247 milhão de exemplares com a edição que trazia Joana Prado, a Feiticeira, na capa.

A queda no faturamento vinha minando a capacidade da revista de publicar fotos de estrelas. Em agosto, a Playboy era a 24º revista mensal em circulação no país

Segundo o IVC, Men’s Health, é a 32ª revista mensal do país, com 61.747 exemplares vendidos em agosto, e Women’s Health, a 43ª, com 37.698.

Elas tiveram, respectivamente, quedas de circulação de 39,7% e 34,3% em agosto de 2015 comparado com o mesmo mês de 2014.

Royalties

Um dos principais motivos para a Editora Abril optar por deixar de publicar a revista foi o pagamento de royalties pelo uso da marca à empresa americana. A mesma questão se impôs nos casos da Men’s Health e da Women’s Health, publicadas no Brasil pela Abril, cujas marcas pertencem à editora americana Rodale Press.

A Editora Caras, que nos últimos meses absorveu diversos títulos da Abril – como a Placar e a Você S/A –, não está interessada na Playboy exatamente pela obrigação de pagar royalties.

A Abril decidiu priorizar sua revista masculina própria, a VIP, que não publica fotos de nudez feminina. Em 2010, a editora lançou a Alfa, revista voltada ao público masculino com alto poder aquisitivo, mas a publicação durou menos de três anos.

Os funcionários que trabalhavam na Playboy brasileira receberam um aviso de que poderão ser realocados em outras revistas e sites da Abril, mas ainda não há definição.

Segundo a empresa, os assinantes dos títulos descontinuados terão seus exemplares de dezembro entregues normalmente e poderão optar por outra revista do portfólio da companhia, nas versões impressa ou digital.

Enxugamento

O fim da publicação pela Editora Abril de Men’s Health, Women’s Health e Playboy faz parte de um processo de enxugamento do portfólio iniciado em 2013 e que se intensificou em 2015.

A empresa se desfez da licença para publicar a revista Runner’s World. Em setembro de 2013, as publicações Alfa, Bravo!, Lola e Gloss foram fechadas.

Em dezembro de 2014, as edições impressas de Veja Belo Horizonte, Veja Brasília e Info foram extintas. As publicações passaram a existir exclusivamente on-line.

Em junho de 2015, Você RH, Você S/A, Tititi, Placar, Ana Maria, Arquitetura & Construção e Contigo! foram vendidas. As edições impressas de Exame PME e Capricho passaram a existir apenas no on-line.

Em julho de 2015, Aventuras na História, Bons Fluidos, Manequim, Máxima, Minha Novela, Recreio, Sou+Eu, Vida Simples e Viva Mais foram vendidas.

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