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Redes sociais

Plus reacende disputa entre Facebook e Google

Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, e Larry Page, novo dirigente do Google: trabalho duro para ganhar a preferência dos internautas na disputa entre “Curtir” e “+1” | AFP; Divulgação/Google
Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, e Larry Page, novo dirigente do Google: trabalho duro para ganhar a preferência dos internautas na disputa entre “Curtir” e “+1” (Foto: AFP; Divulgação/Google)

A rede social do Google chegou, mais uma vez. A nova tentativa já era esperada – e o burburinho aumentou à medida que o Google espalhava bo­­tões +1 pela internet e mudava o visual da barra de ferramentas. Então, na na última semana veio o Google+, ou Plus, só para convidados. Embora o buscador tente fugir da comparação com o Facebook, fica claro que a competição ficou mais apertada. A resposta veio rápido: na quinta-feira Mark Zu­­cker­­berg anunciou um novo re­­curso, a vídeochamada via Skype.

Mas ele ainda terá que trabalhar duro para não perder espaço. A começar pelo ponto forte do Plus, que investiu justamente no calcanhar de Aqui­­les do Facebook, a privacidade. No Google+, você não adiciona amigos diretamente à sua rede. Os contatos são organizados por círculos: família, amigos, colegas de trabalho, os gente-boa, os malas ou qualquer ou­­tra categoria – ou círculo – criada por você.

Ao adicionar alguém, você co­­loca essa pessoa em uma ou mais rodinhas. Essa maneira de organizar os contatos, diz o Google, permite uma interação social mais orgânica na internet.

Um aspecto fundamental dos círculos é que eles não são baseados na reciprocidade. No Facebook ou no Orkut – a ou­­tra rede social do Google –, você adiciona um amigo e ele o adiciona. No Google+, você adiciona uma pessoa a um círculo (ela não fica sabendo qual), e ela escolhe se quer – ou não – lhe adicionar. É como seguir alguém no Twitter. Assim, é possível ver as postagens públicas das pessoas sem fazer parte do círculo delas.

Visualmente, o Plus é parecido com o Facebook. No centro fica o "stream", em que aparecem as postagens de seus amigos. Você pode escolher ver postagens de determinado círculo.

Enquanto no Facebook e no Twitter as configurações de pri­­vacidade se escondem em botões, no Plus elas estão em primeiro plano e aparecem as­­sim que você publica. Sele­cio­nar com qual círculo você vai compartilhar determinada informação é o ponto principal do sistema. Além disso, o Google+ fica disponível em uma barra superior em todos os sites do Google – você vê as notificações e pode postar algo sem entrar no perfil.

"As conexões entre pessoas acontecem online. Apesar disso, as nuances das interações do mundo real são perdidas na rigidez das ferramentas. O com­­partilhamento é inadequado. Ou até mesmo quebrado. E queremos consertá-lo", diz o Google.

Desenvolvimento

O Plus está em desenvolvimento há um ano. Funcionários do Google já o usam há alguns me­­ses. Félix Ximenes, diretor de comunicação da empresa, afirma que o produto era completamente diferente daquele que está no ar. O Google está tão preo­­cupado em corrigir problemas que caprichou na ferramenta de relatar erros.

O gerente de pesquisa André Fatala foi um dos primeiros bra­­sileiros a receber o convite e logo percebeu um bug do apli­­cativo para Android. "Ha­­via um problema ao redirecionar para o Market. Eu reportei o erro e, no outro dia, já estava corrigido."

Por isso, o produto está sendo lançado por etapas. Houve uma explosão de convites na noite de quarta-feira que fez Vic Gundotra, chefe da equipe, deixar a mensagem em seu perfil: "Desativamos o sistema de convites durante a noite. De­­manda insana. Precisamos fa­­zer isso de uma maneira contro­lada".

Fracasso?

Gundotra é um dos vice-presidentes de engenharia do Google e um dos responsáveis pela divisão social da empresa. Ele tem razão em se preocupar. Foi sua equipe que criou dois fra­­cassos: o Wave e o Buzz. O Wa­­ve foi descontinuado pelo Google. E o Buzz, meio esquecido dentro do Gmail, pode até ganhar importância se o Google+ pegar.

O Google tem evitado chamar o Plus de rede social. "É um avanço do que o Google já é", tenta definir Ximenes. O Google+ busca adicionar uma camada social à web – mais ou menos como os botões retweet e curtir já fazem.

Só que há uma diferença importante: nos dois casos, a interação social fica restrita ao ambiente da rede social. No caso do +1, o botão de interação social do Google, isso será indexado pela busca. "Se eu clicar no +1 em algo, isso vai sinalizar que eu gostei, mas vai mos­­trar para o algoritmo do Google que aquela busca é relevante para os meus amigos. Quan­­do um contato fizer uma busca parecida, vai aparecer que eu gostei daquilo no resultado", diz Ximenes.

Como rede social, o Google+ parece promissor. Associado à ferramenta de buscas, seu po­­der aumenta. O Google conhecerá cada vez mais seus usuários, atendendo, assim, a uma publicidade cada vez mais segmentada.

Foi esse o segredo do Face­book. Segundo a ComScore, o Google teve mais de 1 bilhão de visitantes em maio. O Facebook teve 713,6 milhões. Só no Bra­sil, foram 22 milhões, enquanto o Orkut teve 35,2 milhões. Mas os usuários do Facebook navegaram por 103 bilhões de páginas e passaram 375 minutos online, enquanto os usuários do Google, viram 46 bi­­lhões de páginas em 231 minutos de navegação.

O Google+ vai pegar? Tem po­­tencial. Mas uma rede social é mais que uma plataforma. Seu sucesso só depende das pessoas.

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