Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram desde o início da manhã desta sexta-feira, 6, mandados de busca e apreensão em duas casas do empresário Eike Batista. Os mandados foram expedidos pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Flávio Roberto de Souza, como parte da decisão de bloquear ativos financeiros e bens móveis e imóveis de Eike e seus familiares, no valor de R$ 3 bilhões.

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Na quinta-feira, Souza afirmou ao Broadcast que uma das justificativas para o bloqueio foi o fato de o empresário, em meio à crise que atingiu suas companhias, ter feito doações a seus parentes. Segundo o juiz, Eike doou seis imóveis em 2013 aos parentes, além de montantes em dinheiro. Somente Thor, filho mais velho de Eike, recebeu R$ 137 milhões.

Na operação de hoje, os agentes da PF já apreenderam seis carros, o celular do próprio Eike, entre outros bens. Para o advogado do empresário, Sérgio Bermudes, a decisão do juiz é uma "brutalidade", visto que Eike ainda não foi julgado culpado das acusações.

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Bermudes informou que pretende recorrer ao juiz para revogar a decisão. Além disso, revelou ainda que deve recorrer ao Tribunal Regional Federal e denunciar o que chama de "selvageria" ao Conselho Nacional de Justiça e ao Procurador Geral da República.

A Justiça do Rio determinou o bloqueio no mês passado, medida que foi cumprida no início desta semana. No ano passado, já tinham sido bloqueados R$ 239 milhões, mas o valor foi agora ampliado e a ação, estendida aos familiares do empresário.

Inicialmente, Eike respondia a um processo, com duas acusações: manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. Segundo o juiz Souza, outros processos, vindos de São Paulo, estão sendo unificados, com outras três acusações: falsidade ideológica, formação de quadrilha e indução do investidor ao erro. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) deve entregar as denúncias no próximo dia 11.