A greve dos metroviários de Atenas chegou nesta sexta-feira (25) ao nono dia seguido, mesmo após a polícia da Grécia entrar na oficina dos trens, principal ponto de concentração dos grevistas. A invasão foi autorizada pelo governo, que exigiu o fim da paralisação.
As linhas de metrô continuam fechadas, apesar de alguns funcionários terem retomado o trabalho. A greve afeta mais de 500 mil pessoas na cidade, que tem 5 milhões de habitantes, e é mais um confronto contra as medidas de austeridade aprovadas pelo governo de Antonis Samaras.
Por volta das 4h locais (0h em Brasília), policiais do Batalhão de Choque ocuparam a área e entraram em confronto com os grevistas. De acordo com a imprensa grega, pelo menos duas pessoas foram detidas e uma mulher precisou ser hospitalizada.
No entanto, os sindicatos dos transportes públicos reagiram ao anúncio convocando uma nova greve em todos os meios, o que provocou o colapso das vias da capital grega. Centenas de funcionários permaneceram na porta, apesar da ilegalidade da greve.
Os empregados que foram trabalhar, atendendo à ordem judicial para retomar o serviço, disseram que eram insuficientes para reativar o metrô. O sindicato dos trabalhadores quer manter o valor do seu salário até abril, enquanto mantém negociações sobre as novas escalas salariais.
Linha dura
O governo grego tem usado retórica e repressão dura contra a greve. O gabinete do primeiro-ministro Antonis Samaras exigiu o fim da paralisação e o cumprimento de uma ação judicial que decretou a ilegalidade do movimento. "Quando uma ação trabalhista é julgada como ilegal e abusiva, a lei tem que ser implementada. Todos fizeram sacrifícios e ninguém pode pedir uma exceção", disse o porta-voz do governo Simos Kedikoglou à TV estatal NET hoje.
Em entrevista à rádio "Vima", o secretário-geral dos trabalhadores do metrô, Manzos Tsakos, explicou que voltar a pôr em funcionamento o transporte "poderia levar dias".