Curitiba Diminuiu o otimismo do empresariado paranaense para o ano que vem em comparação com a expectativa para este ano, segundo dados da 10.ª Sondagem Industrial, pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), divulgada ontem. Para conseguir crescer em 2006, a principal estratégia das indústrias será investir na satisfação do cliente.
Foram ouvidas 396 empresas industriais de todos os tamanhos e de todas as regiões do estado, desde o fim de outubro até meados de novembro. Apesar de a maior parte dos empresários estar otimista em relação a 2006, ou 71,31% do total, o número é o segundo menor da série histórica da sondagem, iniciada em 1995. Em 1999, ano da desvalorização do real frente ao dólar, 61,93% dos entrevistados estavam desanimados em relação à conjuntura econômica do país, o pior índice já registrado. "Conjunturalmente este ano não foi bom, por isso o faturamento total do estado deve ficar 2,5% abaixo do registrado em 2004", diz Maurílio Schmitt, economista da Fiep.
O principal motivo para o baixo entusiasmo dos empresários é a política econômica. "Os acontecimentos deste ano, principalmente no âmbito político, desanimaram os empresários", opina Schmitt. A carga tributária é apontada por 78,06% deles como o maior entrave à concorrência no mercado interno e por 44,72% no mercado externo. Os números são maiores do que na pesquisa do ano passado, quando ficaram em 72,78% e 38,61% respectivamente. Em segundo lugar vêm os encargos sociais, que são uma dificuldade para 62,78% dos industriais no mercado interno e para 40,83% dos que exportam.
Aumentou também o número de empresários que vêem a taxa de juros como um entrave ao crescimento industrial. Enquanto 19,17% tinham essa opinião em 2004, neste ano são 38,61% dos pesquisados. Por esse motivo, grande parte dos empresários, ou 82,22%, pretende investir em novos projetos ou em modernização com recursos próprios. No ano passado, 40,56% preferiam o crédito governamental, enquanto neste ano este número baixou para 33,33%. O capital proveniente de bancos privados era a escolha de 14,17% dos empresários em 2004, agora 12,22% apostam nesta fonte de recursos.
A Sondagem Industrial mostrou também que aumentou o número de empresas que não tiveram crescimento na produtividade. No ano passado, foram 8,06% das pesquisadas, enquanto em 2005 este número subiu para 12,05%. A infra-estrutura do Paraná está longe de ser ideal para os empresários 63,89%, acham que as rodovias não estão em bom estado. Os portos poderiam ser melhores para 30% dos industriais consultados.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast