Kasten, da Brose: uso de transporte aéreo ainda tem custo muito elevado| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

As empresas que fazem parte do polo automotivo do Paraná tiveram que se adaptar aos problemas de infraestrutura das rodovias. A fabricante de autopeças Brose do Brasil, que tem fábrica em São José dos Pinhais e abastece várias montadoras, é obrigada a manter um estoque de "emergência" na Fiat em Betim (MG) para o caso de atrasos e acidentes de percurso nas estradas. "Para uma indústria que trabalha com o sistema ‘just in time’, com um abastecimento contínuo, estoque é custo", lembra Johedy Kasten, diretor industrial da empresa. Há um mês uma queda de barreira na BR-116 na divisa com São Paulo obrigou a um desvio de rota e atrasou em seis horas a chegada da carga no cliente.

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O problema crônico das estradas brasileiras levou a maioria das montadoras de veículos a trabalhar com estoques de até dois dias nos seus pátios. "Hoje dependemos 100% de estradas que não foram duplicadas ou que estão em mau estado de conservação", diz. As exportações e as importações também são um problema. "A liberação de uma carga pode levar de um a sete dias. Nunca sabemos". Hoje 5% da produção é exportada para Argentina e para o México.

Segundo Kasten, faltam rotas para o porto e os embarques têm que ser feitos com intervalos de tempo maiores e também a um custo maior. Esse foi o problema encontrado no aeroporto Afonso Pena. "Tentamos usar, mas ficava muito caro em função do baixo volume de rotas. A saída seria usar Guarulhos (SP) e completar o trajeto por rodovia, mas não é viável", afirma.

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