A intensa relação cultural da Polônia com o Paraná, que recebeu forte migração de poloneses, não tem garantido uma troca comercial expressiva, disse ontem em Curitiba o embaixador Pawel Kulka Kulpiowski. Seu governo está empenhado em ampliar o ritmo de negócios para se tornar um dos principais parceiros do Brasil na União Européia. "Os dois países tem uma boa relação política e intercâmbio social e tecnológico. Mas nos últimos anos, ela não tem encontrado reflexo no campo econômico", disse o embaixador, ao informar que os negócios entre Polônia e Brasil movimentaram US$ 612 milhões, sendo o Brasil superavitário em US$ 450 milhões.
O embaixador se reuniu com o governador Roberto Requião no início da semana e ontem participou de um seminário, realizado pelo Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), para divulgar as oportunidades de negócios para os empresários paranaenses. "Notamos um interesse mútuo de buscar soluções. Por isso vamos desenvolver juntos um plano para viabilizar mais negócios." Segundo o conselheiro e chefe do departamento econômico da embaixada, Piotr Maj, as empresas polonesas têm interesse não só em comprar e vender, mas também de investir no Brasil. "Há empresas de fabricação de insulina, por exemplo, com interesse em se instalar no país."
"Somos uma economia bastante dinâmica, que cresceu anualmente cerca de 4,2% nos últimos 12 anos. Brasil e Polônia têm economias complementares, por isso a possibilidade de parceria é muito grande", diz Maj. De acordo com o conselheiro, o país tem grande interesse na exportação de produtos industrializados. "Nosso principal parceiro comercial é a Alemanha, um país que exige preço e qualidade. Isso é uma garantia de que temos condições de vender para o Brasil também da mesma forma."
Segundo o presidente da Fecomércio, Darci Piana, os empresários poloneses estão especialmente interessados em toda cadeia agropecuária do país. "Podemos comercializar carne, leite e outros derivados."