Após dois encontros com a presidência da Senoble, o prefeito de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Marcelo Rangel (MD), está convencido de que a indústria de lácteos francesa que está entre as maiores do mundo pode se instalar no município. O anúncio do empreendimento deve ser feito ainda neste semestre. O investimento estimado é de no mínimo 300 milhões de euros com a geração de, pelo menos, 100 empregos diretos.
A Senoble surgiu de um pequeno laticínio da cidadezinha de Jouy, no Norte da França. Administrada por dois irmãos, começou a ganhar mercado produzindo iogurtes para as marcas de grandes redes varejistas européias. Hoje, tem filiais na Espanha, Reino Unido, Portugal, Alemanha, Europa Central e Itália. Juntas, as plantas produzem 690 mil toneladas de produtos por ano e empregam cerca de 3,2 mil pessoas. O faturamento anual médio é de 1,8 bilhão de euros.
Para expandir as operações, a Senoble planeja abrir a primeira fábrica fora do território europeu. No fim de fevereiro, o presidente da multinacional, Marc Senoble, visitou o Paraná e se reuniu com representantes do governo estadual. Antes de partir para a França, visitou a prefeitura de Ponta Grossa. Em maio, o prefeito Rangel retribuiu a visita em Jouy. "Fiquei muito lisonjeado. É um investimento importantíssimo para Ponta Grossa e para o Paraná", comentou.
Concorrência?
O prefeito, no entanto, desconhece se a indústria sonda outros municípios paranaenses ou até mesmo outros estados. "Mas, pelas condições apresentadas a eles, temos muita chance de receber a Senoble", justifica. Segundo Rangel, o presidente do grupo frisou que procura um lugar com grande oferta de água e de leite, com boa logística e mão de obra qualificada.
A partir de julho, segundo ele, a multinacional vai começar uma pesquisa de mercado em Porto Alegre, Curitiba, Recife e São Paulo para conhecer o perfil do paladar brasileiro e adaptar a linha de produtos vendida hoje na Europa. São cerca de 1,5 mil produtos que vão de iogurtes e sobremesas geladas a queijos finos.
A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná confirmou apenas que a vinda da indústria para o estado está em negociação. Ponta Grossa seria a principal aposta.
O município é o segundo maior polo industrial do estado, atrás de Curitiba, e atraiu cerca de R$ 1 bilhão em projetos nos últimos anos. O mais recente investimento oficializado neste ano é a indústria de ração da Mars, que custará R$ 140 milhões e será inaugurada em 2015.