O país alcançou o patamar recorde de 12,024 milhões de desempregados no trimestre encerrado em agosto, dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa um aumento de 36,6% em relação ao mesmo período de 2015, o equivalente a 3,220 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga.
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,8%, também o maior resultado já registrado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
A série histórica da pesquisa foi iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,7%. No trimestre encerrado em julho deste ano, o resultado ficou em 11,6%.
A população ocupada encolheu 2,2% no trimestre encerrado em agosto, como consequência do fechamento de 1,991 milhão de postos de trabalho.
A taxa de desemprego só não aumentou mais porque a população inativa cresceu 1,3%, o que significa que 809 mil pessoas optaram por deixar a força de trabalho em vez de procurar emprego.
Perda de vagas
O Brasil perdeu 1,363 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano, segundo os dados da Pnad Contínua. O resultado equivale a uma redução de 3,8% no total de trabalhadores formais no setor privado no trimestre encerrado em agosto ante o mesmo período de 2015.
Em dois anos, já houve o fechamento de 2,5 milhões de vagas com carteira assinada no setor privado, observou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento no IBGE.
Ao mesmo tempo, o setor privado contratou mais 122 mil pessoas sem carteira assinada, um avanço de 1,2% no total de ocupados nessa condição no período de um ano.
O trabalho por conta própria ainda cresce nesse tipo de comparação, 0,4%, com 86 mil pessoas a mais. Já o trabalho doméstico avançou 1,4%, com mais 84 mil empregados no período de um ano.
Setores
A indústria fechou 1,420 milhão de postos de trabalho no período de um ano, segundo os dados da Pnad Contínua. O montante representa uma redução de 11% no total de ocupados no setor no trimestre encerrado em agosto ante o mesmo período de 2015.
O setor de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas demitiu outras 996 mil pessoas, um corte de 9,4% das vagas no segmento em relação ao ano anterior.
A Construção dispensou 103 mil trabalhadores, queda de 1,4% no total ocupado, enquanto o Comércio, Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas demitiu 279 mil funcionários, redução de 1,6% no pessoal ocupado.
O segmento de Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura dispensou 272 mil pessoas, recuo de 2,8% na ocupação, e o setor de Outros serviços demitiu outros 23 mil trabalhadores, queda de 0,6% na ocupação.
Na direção oposta, houve aumento no número de empregados nos setores de Transporte, Armazenagem e Correio (188 mil vagas, avanço de 4,4% no total de ocupados no segmento); Alojamento e Alimentação (232 mil a mais, alta de 5,3%); Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais ( 538 mil, alta de 3,5%) e Serviços Domésticos (151 mil a mais, alta de 2,5%).
Preocupação
A redução na ocupação na indústria mostra um cenário complicado, porque o segmento costuma começar as contratações nessa época do ano para dar conta das encomendas para o Natal, explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A indústria cortou 229 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em agosto ante o trimestre imediatamente anterior, encerrado em maio. “A queda na indústria em pleno terceiro trimestre é mais complicado. É o momento em que a indústria começa a entrar num processo de aquecimento. Mas num momento em que há uma massa salarial menor, você não faz essa máquina funcionar. Se você tem a massa caindo, essa turbina não vai ligar”, justificou Azeredo.
A massa de renda média real dos trabalhadores ocupados está 3% menor do que há um ano, como reflexo tanto das demissões ocorridas no período como da redução no rendimento dos trabalhadores que permanecem empregados. “Infelizmente, a massa de rendimento hoje circulando no mercado é menor do que no ano passado. Isso significa menos gasto, menos consumo. É um ciclo vicioso. Menos rendimento, menos pessoas ocupadas, menos massa. Isso gera um gasto menor, pessoas dispensadas no comércio, que vai demandar menos da indústria”, explicou o coordenador do IBGE.
A renda média do trabalhador está 1,7% abaixo do que no mesmo período do ano passado, mas registrou ligeiro aumento em relação ao trimestre móvel terminado em julho: a renda saiu de R$ 1.996 em julho para R$ 2.011 em agosto. O movimento pode ser decorrente da demissão de trabalhadores com menores rendimentos, apontou Azeredo.
Metodologia
Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional.
A nova pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.
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