A opinião pública da Grécia está dividida sobre a necessidade do corte de empregos no setor público exigido como contrapartida pela continuação dos empréstimos internacionais, que estão ajudando o país a se recuperar de uma grave crise financeira, e ainda está pessimista em relação à economia, mostrou uma pesquisa divulgada neste sábado (13).
De acordo com a pesquisa da Metron Analysis, do jornal Ependytis, 47% dos gregos são a favor de reduzir o setor público, mas 50% acham que não deve haver demissões. Uma maioria de 62% é contra o fechamento de serviços de polícia municipal.
A Grécia está com uma taxa recorde de desemprego após seis anos de recessão. Quase 27% da população não trabalha, taxa maior que o dobro da média da zona do euro, de 12,2%.
Pressão
"A vaca sagrada do país está na mesa do açougueiro, mas algumas demandas estão sendo feitas sem um plano, sob a pressão dos credores internacionais do país", disse Stratos Fanaras, chefe da Metron, ao jornal.
Menos de uma semana após a Grécia resolver a sua última crise de financiamento, embora tenha deixado economistas alarmados com a possibilidade de outra reestruturação de dívida no futuro, o primeiro-ministro Antonis Samaras defendeu os ajustes, mas reiterou sua oposição a mais cortes.
População
A pesquisa mostrou que 40% dos gregos acreditam que as reformas são necessárias para melhorar a economia, mas 57% as consideram políticas que vão prejudicar as classes econômicas menos favorecidas.
Cerca de 70% disseram que a crise econômica está piorando, e 66% esperam um ano de 2014 pior que o atual, mas 70% apoiam a permanência da Grécia na zona do euro.
Na política, a coalizão de dois partidos que está no governo receberia 29,1% dos votos se as eleições fossem realizadas imediatamente, contra 28,7% para o principal partido esquerdista de oposição, o Syriza.