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O governo não revelou os nomes das empresas que se inscreveram ontem para o leilão da Hidrelétrica de Belo Monte, associadas à Eletrobrás, porque decidiu convocar os grandes fundos de pensão de estatais - como Previ, Funcef e Petros - para negociar a formação de novos consórcios.

A formação de novos grupos previamente acertados com os fundos funcionaria como uma espécie de revide ao anúncio das empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa feito anteontem, de que não participarão do leilão da usina, marcado para o próximo dia 20. Ao mesmo tempo, o governo espera reduzir o preço da construção, cujo teto foi estabelecido em R$ 19 bilhões.

Depois de anunciar que divulgaria ontem os nomes das empresas que se inscrevessem até quarta-feira ao chamado para uma associação com a Eletronorte, empresa do grupo público Eletrobrás, o governo determinou que a lista só seja liberada na próxima semana, e sem data definida. Na avaliação de assessores do Ministério de Minas e Energia e do Planalto, a Odebrecht e a Camargo Corrêa entraram na disputa apenas para pressionar pela alta da tarifa da energia.

Como as duas empreiteiras foram bem-sucedidas com um aumento de 20% nos preços, e mesmo assim saíram da disputa, técnicos do governo entenderam que a desistência poderia servir para forçar um novo reajuste, menos concorrência e até novas condições a incluir em uma possível reabertura do edital do leilão. Um técnico disse à reportagem que esses foram os motivos que levaram à convocação dos grandes fundos de pensão - o Petros da Petrobras, o Previ do Banco do Brasil e o Funcef da Caixa.

A estratégia é semelhante à que foi adotada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando os fundos de pensão entraram para "equilibrar a disputa e provocar concorrência" na privatização do setor de telecomunicações, em julho de 1998.

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