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Por causa da crise, consumidor troca ar-condicionado por ventilador

Lojas tiveram aumento nas vendas de ventiladores neste verão | Rodolfo BÜHRER/Rodolfo BÜHRER
Lojas tiveram aumento nas vendas de ventiladores neste verão (Foto: Rodolfo BÜHRER/Rodolfo BÜHRER)

No calorão da crise, o consumidor está deixando de lado o ar-condicionado e apostando em modelos mais baratos de ventiladores. Com o bolso apertado, a maioria não quer desembolsar a partir de R$ 1 mil para refrigerar a casa e ainda encarar uma conta de luz mais salgada. E o comércio já comemora o aumento da procura por ventiladores.

No WalMart, a expectativa é terminar o mês de janeiro com crescimento de dois dígitos nas vendas dos ventiladores, quando comparadas ao mesmo período do ano passado. No hipermercado, os itens preferidos são os mais em conta e estão na faixa de R$ 74,90, mas também podem chegar a R$ 169.

Sabendo da situação financeira difícil do consumidor, há também as lojas que apostam em promoções dos itens mais caros para tentar conquistar o consumidor e impulsionar as vendas. Esse é o caso das Lojas Americanas, que iniciou liquidação especial para um modelo de ventilador e algumas opções de ar-condicionados e climatizadores.

Lojas cheias

Os gerentes de redes como Magazine Luiza, WalMart, Ponto Frio e Casas Bahia contam que desde a semana passada as lojas andam cheias de consumidores atrás de ventiladores mais baratos. Lucilene Souza, gerente de uma loja da Magazine Luiza na zona oeste de São Paulo, afirma que há muito tempo não via tanta procura por um único item. “Nosso ventilador mais em conta custa R$ 79 e está saindo muito. Ninguém quer passar o verão no calor”, diz a gerente.

A cliente Tamara Nogueira, que trabalha como segurança, aproveitou a segunda prestação do 13.º salário para comprar dois aparelhos. Ela conta que primeiro fez pesquisa de preço pela internet para identificar o menor preço. Ela pretendia gastar, no máximo, R$ 200 com a compra. “Verão no calor, ninguém merece”, disse, carregando dois modelos de R$ 79.

Nas lojas do WalMart, outros itens ligados ao verão, como protetor solar e repelentes, também são grandes apostas. Para os cremes com fatores de proteção 30 e 50, o hipermercado espera crescimento de 8% e para os relentes a alta deve chegar a 50%.

Em algumas varejistas de bairro, como a Casa Tigre, localizada na zona sul de São Paulo, o calorão é uma última aposta para tentar melhorar o resultado das vendas de dezembro. Elídio, dono da loja, decidiu expor seus modelos de ventilador na calçada para chamar a atenção de quem passa pela rua. “O ano foi muito devagar para vendas”, afirmou o empreendedor que, embora reclame do movimento, já conseguiu esgotar o estoque do modelo mais barato que tinha e que estava sendo vendido a R$ 99.

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