Tornar o cenário econômico europeu mais favorável ao crescimento. Esse foi o compromisso assumido neste sábado (15) pelos líderes da França e da Itália, uma vez que Paris e Roma estão em meio a um processo de reformas que objetivam tornar as economias dos dois países mais competitivas.

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O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e o presidente francês, François Hollande, concordaram com a necessidade de avançar com as medidas para reduzir os custos trabalhistas e para aumentar a competitividade de suas indústrias, em paralelo aos planos de reequilíbrio das contas públicas.

"Devemos reduzir os déficits, mas enquanto respeitamos nossos compromissos, precisamos apoiar o crescimento", afirmou Hollande a jornalistas, após reunião com o primeiro-ministro italiano. "É isso que está em jogo agora", completou o presidente.

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Na medida em que a zona do euro tenta traçar um caminho comum diante da crise econômica que já se arrasta por cinco anos e que afeta profundamente a economia dos seus Estados-membros, o crescimento dos países está evoluindo de maneira desigual dentro do bloco.

A Alemanha, maior potência econômica da União Europeia, possui uma taxa saudável de crescimento e um baixo índice de desemprego. Recentemente, o ministro das Finanças do país considerou que as taxas de juros do bloco (definidas pelo Banco Central Europeu para todos os 18 países da zona do euro), atualmente ao patamar mínimo de 0,25%, estão muito baixas para a Alemanha. Já os países periféricos, incluindo a Itália e, em menor medida, a França, ainda lutam contra o baixo crescimento.

Renzi, que assumiu a chefia do parlamento italiano no mês passado, revelou planos para cortar € 10 bilhões em impostos sobre os salários e mais € 2,4 bilhões em taxas sobre negócios. Na França, Hollande lançou, em janeiro, um grande plano para recuperação econômica, que se baseia na redução de impostos sobre as folhas de pagamento, que seria financiada com um total de € 50 bilhões em cortes de gastos do governo.

O objetivos dos dois países é muito semelhante: reduzir os custos trabalhistas e tornar os produtos franceses e italianos mais competitivos nos mercados internacionais. Enquanto a austeridade do governo alemão é amplamente elogiada, os dois líderes preferem alterar o foco dos seus compromissos orçamentários para a questão do crescimento.

Renzi afirmou que a Itália vai respeitar o limite do seu endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), de 3%, mas acrescentou que alguns dos recursos para o financiamento das reformas tributárias resultará num aumento do déficit, que atualmente está em 2,6%.

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Enquanto isso, o governo de Hollande deve estourar o teto da dívida, de acordo com um recente relatório da autoria do Estado, somado ao pobre histórico do país no corte de finanças públicas. Em dezembro de 2012, a França afirmou que atingiria a meta de um déficit abaixo dos 3% ainda em 2013, no entanto o prazo foi alterado para 2015.

Os dois líderes terminaram a entrevista afirmando que só uma profunda mudança pode salvar a Europa. "Temos de mudar a Europa em conjunto", disse Renzi.