A Pnad Contínua, pesquisa do IBGE que mede a inserção da população no mercado de trabalho, mostrou um crescimento de 93% na taxa de desocupação em Curitiba na comparação do último trimestre de 2015 com o primeiro de 2016. A taxa que fechou o ano passado em 5,5% atingiu 10,6% na pesquisa que avaliou os três primeiros meses deste ano. O crescimento assusta, mas ele não é fruto apenas de demissões.
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Caged: Brasil perde 72.615 vagas de emprego formal em maio
Leia a matéria completaSegundo Daniel Nojima, diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), boa parte deste salto aconteceu por conta do maior número de pessoas participando da força de trabalho em Curitiba. No último trimestre de 2015, 66,3% da população em idade de trabalhar se colocava disponível para o mercado. Já no mesmo período de 2016 este número subiu para 67,2%. Ou seja, nesta virada de ano, 23 mil curitibanos que estão na idade de trabalhar, mas que não buscavam emprego, passaram a procurar uma ocupação.
Na visão de Nojima, este movimento pode ser explicado pela situação do país. “Estamos com altas taxas de inadimplência das famílias e o primeiro trimestre deste ano foi um momento de crise política muito acentuada”, diz.
A análise do técnico do Dieese André Pinhel, que atua no Observatório do Trabalho de Curitiba, vai no mesmo sentido. “Isso pode ser explicado principalmente pela crise econômica, com o cenário inflacionário elevado, e o fechamento dos postos de empregos. Quem estava só estudando, ou cuidando dos filhos começa a buscar o mercado de trabalho”, avalia.
Pinhel afirma que foram duas tendências que colaboraram para este aumento no número de desocupados. Além da maior busca por trabalho, ele aponta também que as demissões nos primeiros meses do ano colaboraram para o salto na taxa de desocupação. Nos primeiros três meses de 2016, o número de pessoas ocupadas caiu de 988 mil para 957 mil, em Curitiba; uma queda de 3%.
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, os setores que mais demitiram no primeiro trimestre deste ano foram o comércio e a indústria. Na medida em que o número de demissões na indústria caiu 49% em relação ao trimestre anterior, a quantidade de pessoas que perderam o emprego no comércio foi quase três vezes maior.
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