Aparelho tem tela de 5,5 polegadas e configuração robusta| Foto: Divulgação/Lenovo

Pense um pouco e responda. Qual foi a última vez em que você foi surpreendido por um celular, devido a uma função ou recurso realmente novo e inovador? Em uma indústria que se sustenta fazendo updates anuais nos aparelhos e tentando melhorar o que já funciona, é realmente difícil dar de cara com novidades. Por isso a chegada do Moto Z, da Lenovo, é tão bem-vinda e significativa.

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O novo top de linha da marca, que começou a ser vendido no Brasil mês passado, chama a atenção não somente pelo celular em si, mas principalmente pelos acessórios que o acompanham, batizados de Snaps. Trata-se de módulos removíveis que podem ser anexados à traseira do smartphone e, assim, incrementar o uso do aparelho. Difícil de entender na prática? O vídeo abaixo mostra em detalhes como os acessórios funcionam.

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A Lenovo (que comprou a Motorola em 2014) não foi a primeira fabricante a trazer ao mercado o conceito de módulos, feito que compete à LG e seu G5, apresentado em fevereiro. A novidade da LG, no entanto, acabou se mostrando frustrante – para usar os módulos, é preciso retirar a bateria e encaixá-los na peça e, além disso, os acessórios disponíveis são bastante dispensáveis.

Confira as principais especificações do Moto Z

E é justamente aí que o Moto Z se destaca. Encaixar os acessórios é prático, rápido e intuitivo. Basta aproximá-los da traseira que um imã faz as peças “grudarem” no celular. O aparelho reconhece o módulo automaticamente (sem ser necessário instalar qualquer outro aplicativo) e é isso: ele já está pronto para ser usado.

De longe, o acessório mais curioso – e útil – é o projetor, batizado com o palavrão “Moto Insta-Share Projector”. O acessório permite que você projete em qualquer superfície e ângulo vídeos do YouTube e Netflix, imagens e mesmo a própria tela do celular, em um quadro de até 70 polegadas. O módulo vem apenas com dois botões, um para ligar/desligar e outro para melhorar o foco.

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O projetor não perde nada para qualquer equipamento profissional, com uma ótima resolução e imagens nítidas independente da distância (obviamente, quanto mais escuro o ambiente, melhor a visualização). Completam o pacote inicial de “Snaps” uma caixa de som feita em parceria com a JBL, uma bateria extra e uma câmera fotográfica desenvolvida pela Hasselblad – não se trata de um complemento para a câmera do celular, mas de uma câmera totalmente nova mesmo, com lentes próprias e controles físicos, que é integrada ao aparelho.

As parcerias com a JBL e a Hasselblad, inclusive, são uma mostra do que pode estar por vir. Caso a “moda” pegue, é provável que a Lenovo traga novos módulos para o mercado em parceria com outras empresas. Por que não pensar, por exemplo, em uma mini-impressora que imprime na hora as fotos tiradas pelo celular, a exemplo do que a nova câmera da Polaroid já faz? Ou em um joystick que facilita jogar games mais “hardcore” no celular (não que haja muitos do tipo...)?

Além disso, a companhia anunciou que vai oferecer um ecossistema de arquitetura aberta para que desenvolvedores produzam novos acessórios. Como forma de incentivo, o fundo de investimento da empresa chinesa, o Lenovo Capital and Incubator Group (LCIG), irá investir US$ 1 milhão nas pessoas e companhias que criarem o melhor protótipo de módulo – chamado de Moto Snap – até o dia 31 de março de 2017. O que mostra que a companhia está realmente acreditando que os módulos podem ser o futuro dos celulares.

Custo-benefício

Claro que, ao fim, tudo vai depender se os consumidores estarão dispostos a pagar um valor extra pelos módulos, que não são nem um pouco baratos.

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A caixa de som, por exemplo, está sendo vendida por R$ 698,99. Achou caro? Pois o projetor e a câmera da Hasselblad saem por R$ 1.499 cada – o valor de um bom smartphone intermediário. Considerando que o Moto Z, sozinho, custa a partir de R$ 3.199, montar o kit completo pode ser um investimento e tanto.

A saída da Lenovo pra tentar diminuir a facada foi criar combos para vender o celular e acessórios juntos – vale lembrar que a bateria extra já vem junto do aparelho pelo valor de R$ 3.199. O Moto Z com a caixa de som, por exemplo, pode ser comprado por R$ 3.499. O usuário também pode optar por comprar o Moto Z com o projetor ou a câmera fotográfica por R$ 3.999 – economizando, assim, R$ 700, embora, nessas duas opções, a bateria extra não venha junto.

Ao fim, para quem está disposto a gastar algo nessa faixa, o pacote com um módulo ainda fica em um preço competitivo, em comparação com os atuais top de linha de marcas como Apple e Samsung. E, apesar dos acessórios serem de fato o principal atrativo da linha, o Moto Z por si só é um aparelho robusto e com um design refinado – para balancear o uso dos módulos, a marca fez o possível para “afinar” o corpo do celular o máximo possível, a ponto de ele ser vendido como “o smartphone premium mais fino do mundo”.

É esperar agora para ver qual será a reação das demais fabricantes e se outras marcas estarão dispostas a embarcar na onda dos módulos. A Lenovo, ao menos, já provou que os acessórios podem ser úteis, em vez de meros penduricalhos.

Confira as principais especificações do Moto Z:

  • Processador Qualcomm Snapdragon 820 com CPU quad-core de até 1,8 GHz
  • Memória RAM de 4 GB
  • 64 GB de armazenamento interno
  • Tela de 5,5 polegadas com resolução Quad HD (2560 x 1440)
  • Bateria de 2.600 mAh, com recarga rápida
  • Câmera traseira de 13 MP com abertura de f/1.8
  • Câmera frontal de 5 MP com abertura de f/2.2
  • Peso de 136 gramas e espessura de 5,19 mm
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