A portabilidade numérica, recurso que permite ao cliente a troca da operadora de telefonia sem perder o número do telefone, não está agradando a todos os usuários. Após entrar em vigor no dia 1º de setembro os clientes reclamam da má prestação do serviço e da falta de experiência dos funcionários das operadoras na hora de proporcionar a troca.

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A executiva de contas Magda Soares, usuária de celular, é uma das pessoas que tentou trocar de operadora, mas desistiu após não ter as informações necessárias sobre a portabilidade. Moradora de Maringá, Noroeste do estado, onde o recurso teve início no dia 10 de novembro, ela usa o telefone como principal ferramenta de trabalho. "Cheguei à loja para trocar de operadora, mas o atendente não sabia me explicar como seria feito a troca e o prazo em que ficaria tudo pronto. Fui à outra operadora e aconteceu a mesma coisa", diz.

Cliente da mesma empresa de telefonia há três anos, Magda optou por não trocar de empresa, mas mudou de plano. "Eu tinha celular de conta e como não consegui a troca, passei para um celular pré-pago", explica. "Nesse sistema (pré-pago) eu ganho bônus por ligações recebidas e estou mais contente."

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Mesmo com alguns consumidores encontrando problemas, de acordo com o Serviço de Proteção ao Consumidor de Maringá (Procon), as reclamações dos clientes no que diz respeito à portabilidade estão abaixo do esperado. O órgão informou que a média é de uma por dia. "São muito poucas as queixas por enquanto, mas o ideal era não ter nenhuma, claro", diz o diretor do Procon Valdir Pignata.

Em Londrina, Norte do estado, o coordenador do Procon no município, Flávio Caetano, conta que em quase três meses do recurso da portabilidade, apenas 10 reclamações foram feitas ao órgão.

Já em Paiçandu, distante 15 quilômetros de Maringá, moradores dizem ter solicitado a troca de operadora e ficaram com telefones mudos. "Insisti com a GVT para regularizar o telefone da minha pizzaria. Tive prejuízo de uma semana. O telefone não recebia ligações depois que troquei. A GVT solucionou o problema só depois que a imprensa esteve aqui", afirma Tarcísio dos Reis.

Segundo o comerciante, o aparelho fixo da residência também apresentou problemas depois da transferência e continua mudo. "A operadora diz que o prazo é de duas horas para que tudo fique pronto, mas isso não acontece. Além de mim há outras pessoas com o mesmo problema na cidade", diz.

Um funcionário da gerência da GVT, em Maringá, que não quis ser identificado, informou que as explicações vão ser fornecidas pelo departamento comercial da empresa, em Curitiba, que esta preparando um material para ser entregue a imprensa ainda nesta semana.

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No Brasil já foram solicitados 88 mil transferências de operadoras e 52 mil foram atendidas. No Paraná são 2,3 mil pedidos com 900 acatados até o dia 24 de novembro.

A portabilidade teve início no dia 1º de setembro, em sete estados, entre eles São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná. Atualmente, a portabilidade está disponível em todas as regiões do país.