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Overgame

Portal 2: um quebra-cabeça de primeira

Imagens do jogo Portal 2: os portais são criados para solucionar quebra-cabeças e atravessar obstáculos | Reprodução
Imagens do jogo Portal 2: os portais são criados para solucionar quebra-cabeças e atravessar obstáculos (Foto: Reprodução)
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Um jogo de quebra-cabeça com movimentação em primeira pessoa. A junção impensável deu origem a um dos games mais interessantes dos últimos anos. Lançado timidamente em 2007, Portal era apenas mais um item de uma coleção que contava com títulos de grande sucesso, a Orange Box, que compilava cinco títulos desenvolvidos pela Valve. Entre eles o queridinho de público e crítica Half-Life 2.

Mesmo tendo que disputar espaço com o também popular Team Fortress 2, Portal conseguiu se destacar e atrair a atenção dos jogadores e foi um dos principais motivos que levou o pacote a vender mais de 3 milhões de unidades. Hoje, ostenta uma média de 90 pontos no Metacritic, site que conglomera milhares de opiniões de consumidores e da imprensa especializada. Também foi indicado como jogo do ano por mais de 30 publicações.

De um produto menor e despretensioso, a marca Portal foi crescendo com o tempo até que, em maio de 2010, a Valve informou ao público que preparava uma sequência. Foi o suficiente para dimensionar o verdadeiro tamanho que a novata série tomava. A expectativa criada em torno do anúncio foi uma das maiores dos últimos anos. Outro fator que ajudou bastante foi a divulgação de que a Valve finalmente voltaria a produzir para o Playstation. E mais: as redes da Sony e Steam, no PC, poderiam conversar, inclusive com disputas multiplataforma.

Quando chegou ao mercado, em abril deste ano, Portal 2 vendeu 4 milhões de unidades em apenas 48 horas.

Primeiro, é preciso ressaltar que Portal foge do lugar-comum dos grandes títulos comerciais. Não há outros personagens em cena além do protagonista, do qual só se enxerga o pedaço da arma em que carrega na mão direita. O jogador assume o papel de Chell, um ser cibernético feminino. Ele pode se mover, olhar em todas as direções, carregar objetos e interagir com interruptores. Mas o mais importante é a arma que carrega, a Portal Gun. Com ela, é possível abrir miniportais e se teletransportar através dos cenários.

O apetrecho cria uma espécie de "buraco-minhoca", termo científico criado pelo físico americano John Wheeler em 1957, que propõe a existência de um atalho que liga dois espaços num mesmo tempo. Como se não houvesse diferenças temporais para se fazer tal trajeto. No caso do jogo, os portais são criados para solucionar quebra-cabeças e atravessar obstáculos. Tudo o que passa por um portal necessariamente sairá pelo próximo buraco criado. Se um objeto está em queda livre, por exemplo, e o jogador ativar um portal no exato local em que ele tocará ao chão e depois ativar outro portal a poucos metros dali, no mesmo plano, o objeto não desaparecerá de cena. No momento em que tocar o primeiro portal aparecerá no segundo ponto se movimentando em sentido contrário. Ou seja, será impulsionado para cima usando o mesmo sistema de aceleração usado antes de atravessar o primeiro portal. Caso se coloque dois portais alinhados verticalmente, os objetos podem entrar num looping infinito até que um terceiro teletransporte seja acionado. A arma também permite atravessar paredes e suspender objetos no ar para que possam ser movimentados. Complicado? Muito se explicado em texto. Mas nem tanto usando joysticks.

Em Portal 2, a Valve inclui mais elementos para brincar com a física. Espalhados pelos cenários, o jogador vai encontrar três tipos de géis. O branco permite a criação de portais em locais em que não era possível realizar a operação. Quando uma superfície está pintada de laranja tudo o que passar sobre ela aumentará de velocidade. Já o gel azul serve como uma espécie de cama elástica e auxilia na impulsão para se movimentar entre plataformas distintas.

Apesar de utilizar conceitos físicos supercomplicados, a jogabilidade não exige muito tempo de aprendizado. Os tutorias seguem durante quase toda a jornada dando dicas de como melhorar o uso da Portal Gun. Outro grande avanço foi a inclusão de se disputar partidas cooperativas, quando dois jogadores, que podem usar tanto o PS3 quanto o PC, encarnam robôs que precisam se ajudar para chegar ao fim. Somente os donos do Xbox 360 ficam de fora da brincadeira e só podem jogar entre si.

Conceitualmente, a primeira e a segunda versão de Portal são muita parecidas. Agora, no entanto, a Valve dedicou tempo e dinheiro e entregou um produto final num nível muito acima do mercado. Ficou maior, mais potente e melhor. E mais caro também. Assim como o antecessor, Portal 2 se deu bem com a crítica, conseguindo uma invejável média 95 pontos no Metacritics e corre como favorito até o momento para se tornar o jogo do ano.

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