Se você é um profissional que trabalha produzindo algum tipo de conteúdo e ainda não possui um portfólio para exibir seus melhores projetos, saiba que você está perdendo tempo — e até possíveis vagas de empregos ou novos clientes. Isso porque, no contexto atual do mercado de trabalho, é preciso fazer ainda mais bonito para se destacar e, como garante a consultora de carreira Taís Targa, um portfólio é uma boa “arma nessa batalha” .
Na prática, como explica Taís, o portfólio é indispensável apenas para quem trabalha com criação, como designers, publicitários, jornalistas, cineastas, ilustradores e por aí em diante. A consultora, porém, não descarta que, se bem pensado, ele pode servir também para outros tipos de profissionais.
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“Alguns profissionais mais ousados da área comercial, por exemplo, podem ter um portfólio mostrando quais empresas atendeu ou já comercializou. Mas nesses casos é de caráter opcional, faz diferença, mas não é ‘obrigatório’ como em outras áreas”, explica.
Taís alerta, porém, que antes de iniciar a montagem do portfólio é importante saber que ele não substitui o currículo, mas sim,é um complemento dele. Portanto, é preciso que as duas coisas existam e sejam bem feitas. “No currículo o profissional diz o que realizou e estudou, ele tem um formato mais padrão. Já no portfólio ele tem espaço para mostrar um pouco da história e como colocou em prática tudo aquilo que estudou”, destaca a consultora.
Com isso em mente, é hora de ser criativo e selecionar os melhores trabalhos para não passar despercebido no mercado.
Formato
A principal essência de um bom portfólio é ser criativo, portanto, seu formato é totalmente livre e adaptável. Porém, é importante ficar atento aos detalhes para que ele cumpra o objetivo desejado.
O primeiro ponto é escolher se ele deve ser impresso ou online. De acordo com Taís, o mundo atual é essencialmente digital e, portanto, os profissionais não devem abrir mão de um portfólio online. “O profissional que quiser pode também ter uma versão impressa em uma pasta para levar no dia da entrevista, mas nesse caso ela precisa ter um impacto grande”, reforça.
Além do fato do mundo corporativo estar cada vez mais digital, um portfólio hospedado em um site facilita outros três pontos: não enche a caixa de e-mail dos recrutadores com arquivos pesados, não precisa ser levado pessoalmente e é mais barato para os candidatos, já que existem centenas de sites gratuitos para a hospedagem.
Um segundo detalhe na hora de escolher o site em que montará o portfólio é o objetivo que o profissional deseja alcançar com ele. De acordo com Taís, se for um profissional livre e a ideia for exibir os trabalhos para conseguir novos clientes, é interessante que ele compre um domínio próprio na rede, com um endereço mais profissional como nomeesobrenome.com.br. Mas se está em busca de um novo emprego e apenas se candidatando para uma vaga, não há nenhum problema em usar sites livres como Flickr, Behance ou Squarespace.
Organização
Depois de escolhido onde os trabalhos ficarão na rede e se também terão uma versão impressa, o passo seguinte é selecionar quais deles serão exibidos. Novamente, não há uma regra para ser seguida.
“Nessa etapa, um erro comum é achar que volume é melhor que qualidade”, alerta Taís. “Não existe um tamanho padrão. Os mais experientes terão mais o que mostrar, os iniciantes menos, mas o que faz a diferença no final é a qualidade dos trabalhos”, completa.
Segundo a consultora, também não há problemas em se usar trabalhos feitos ainda na faculdade, em estágios ou executados em grupo. Para ela, inclusive essa é uma boa saída para quem está iniciando no mercado. No caso de trabalhos em grupo, porém, é imprescindível deixar claro qual foi a sua participação, além de dizer quem são os integrantes da equipe.
Com os trabalhos em mãos, a tarefa seguinte é organizar em que ordem eles serão exibidos. Mais uma vez, não há fórmulas exatas. Há quem diga que ele pode seguir a ordem cronológica, do melhor trabalho para o pior ou ainda o caminho inverso. Há também aqueles que acreditam que deve ser seguido o modelo “10-1-2-3-4-5…”, ou seja, o melhor trabalho primeiro, depois o pior e então uma sequência crescente. “Essa organização é definida de forma pessoal, mas o profissional deve pensar bem antes de fazer”, alerta a consultora. Uma saída é contar com a ajuda de amigos ou colegas de profissão para isso.
Por fim, os profissionais não podem esquecer de aspectos visuais e estéticos, já que um portfólio precisa ser bonito e criativo. “Ele é uma ferramenta visual e precisa conquistar nesse aspecto. Sem contar que um profissional que trabalha com conteúdo precisa ser criativo e o próprio portfólio deve mostrar muito bem essa característica”, ressalta Taís.