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Porto de Navegantes revê projetos após enchente

Porto de Navegantes tem capacidade instalada para superar terminal de Paranaguá | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Porto de Navegantes tem capacidade instalada para superar terminal de Paranaguá (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

A enchente que assolou Santa Catarina, no fim de novembro de 2008, derrubou a movimentação dos terminais portuárias instalados no Rio Itajaí e fez se acender a luz amarela do cronograma de expansão do Porto de Navegantes (Portonave). Resultado de um investimento privado de R$ 450 milhões, o porto ,instalado na margem oposta ao Porto de Itajaí, tem um plano bastante ousado – atingir o uso total da capacidade instalada em 2011 e, a partir de então, expandir a área de operação para se tornar o maior terminal de contêineres da Região Sul. "Continuamos com o planejamento de expansão, mas vamos reavaliar os prazos. Pode ser que ainda seja possível iniciar o aumento de capacidade em 2011", diz o superintendente do porto, Osmari de Castilho Ribas.

O Portonave tem potencial para rapidamente ultrapassar portos como Paranaguá e Rio Grande no volume de contêineres. Sua capacidade instalada é de 1 milhão de TEUs (medida que equivale a um contêiner de 20 pés) por ano, enquanto os terminais paranaense e gaúcho têm movimentado menos de 700 mil TEUs anualmente. Antes de novembro, a meta de Navegantes era atingir 500 mil TEUs em 2009 e bater em 1 milhão de TEUs em 2011. Com a enchente, a entrada do Rio Itajaí sofreu um grave assoreamento e sua profundidade navegável (calado) caiu de 11,3 metros para 8,4 metros, o que derrubou o volume que pode ser transportado pelos navios.

O movimento caiu de 40 mil TEUs em outubro para 21 mil TEUs em novembro e apenas 3,8 mil TEUs em dezembro. Com a dragagem emergencial que está sendo feita no Rio Itajaí, o calado já foi aprofundado para 9,5 metros em fevereiro, quando o Portonave movimentou 22 mil TEUs. "Março será melhor porque será um mês inteiro com o canal mais profundo. Mas só com a conclusão da dragagem vamos voltar ao que era em outubro. Por enquanto, a obra de aprofundamento do acesso é o fator mais importante para o porto", diz Castilho.

No momento, o Portonave recebe 13 linhas de navios, número que pode crescer quando for concluída a dragagem do canal. Isso porque o terminal terá condições de absorver cargas que seriam escoadas pelo cais público do Porto de Itajaí, que foi seriamente avariado durante a enchente. Além disso, o porto tende a expandir as operações com cargas congeladas através do Iceport, um terminal refrigerado com capacidade estática para 18 mil toneladas que foi inaugurado poucos dias antes dos temporais.

Se conseguir retomar o ritmo de crescimento esperado, o Portonave iniciará a expansão em 2011, em um processo dividido em duas fases e que dobrará a capacidade instalada para 2 milhões de TEUs por ano. A partir do fim da obra de dragagem, o problema passa a ser a demanda, já que o porto foi concebido para atender a um mercado que crescia 12% ao ano e que foi fortemente abalado pela crise global.

Assim como o Porto de Itajaí, o Portonave tem o Paraná em sua área de influência. Cerca de 350 empresas paranaenses estão na carteira de clientes do porto, em especial produtores de carnes da região Sudoeste – o estado representa cerca de 15% da demanda atendida em Navegantes.

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