Em abril, o Porto de Paranaguá registrou a maior movimentação de importação de fertilizantes no mês dos últimos oito anos: foram 584 mil toneladas recebidas. Com isso, o terminal paranaense recebeu quase 2 milhões de toneladas desta carga no primeiro quadrimestre. A expectativa é que até o fim do ano sejam movimentadas 7 milhões de toneladas de produtos como ureia, cloreto de potássio e nitratos.
Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), 52% de toda a matéria-prima para a produção de adubos no Brasil é recebida pelo Porto de Paranaguá. O volume de carga descarregada no Paraná é mais que o dobro de fertilizantes que foram desembarcados no Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, que recebeu 605 mil toneladas. Se comparado ao Porto de Santos, em São Paulo, a quantidade é quase quatro vezes maior que as 445 mil toneladas que chegaram pelos mares paulistas.
Logística
Um dos motivos da preferência pelo Porto de Paranaguá é a eficiência logística, já que o porto tem modais integrados. Os produtos saem do terminal e seguem para o destino final por rodovias e ferrovias, intercalando o tipo de transporte, que se torna mais barato.
O porto de Paranaguá conta com um sistema de logística reversa. Os caminhões e trens que chegam carregados com farelos ou grãos para a exportação não voltam vazios: são eles que transportam os produtos usados para a produção de adubos.
Além disso, há uma diferença tarifária que favorece o terminal paranaense. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a diferença de valores para a movimentação, descarga e baldeação de graneis chega a a58% na comparação com o porto de Rio Grande. Enquanto em Paranaguá a taxa é de R$ 1,70 por tonelada, em Rio Grande o valor é de R$ 4,40.
Condições de trabalho
Um operação realizada nesta semana pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho, encontrou irregularidades nas condições de trabalho dos portos de Antonina e Paranaguá. Os principais problemas foram a falta de uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), a falta de controle de pessoas a bordo de embarcações e a ausência de sinalização vertical e horizontal ao longo do cais dos portos e nas faixas portuárias.