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Investimento

Porto de Paranaguá terá nova dragagem até 2015

A administração do porto espera aumentar em 33% a velocidade de operação em Paranaguá com os novos investimentos | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
A administração do porto espera aumentar em 33% a velocidade de operação em Paranaguá com os novos investimentos (Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo)

Dentro de trinta dias iniciam-se as obras da nova dragagem de manutenção, troca dos carregadores dos navios e reformas nas vias de acesso ao Porto de Paranaguá. Os investimentos, que somam R$ 175,7 milhões, foram assinados ontem pelo governador Beto Richa. As reformas devem ficar prontas até o segundo semestre de 2015.

A maior parte da obra se trata da dragagem de manutenção, onde devem ser reirados mais de sete milhões de metros cúbicos de sedimentos e areia. O aprofundamento será feito nos canais de acesso, bacia de evolução e nos berços de atracação. Esta fase da obra custará R$ 114,3 milhões. A ideia é aumentar a produtividade do porto, podendo receber navios maiores e mais carregados. Esta será a maior dragagem feita em Paranaguá e Antonina desde 1999.

Outros R$ 59 milhões serão usados para a compra e instalação de quatro shiploaders, equipamentos que fazem o carregamento dos navios. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) avalia que o corredor de exportação do porto possa ficar até 33% mais ágil do que é hoje. "Os shiploaders atuais são da década de 70. É um investimento que o porto estava esperando há muito tempo", afirma o governador Beto Richa.

Os novos carregadores terão capacidade para embarcar duas mil toneladas de grãos por hora – os atuais carregam 1,5 mil toneladas por hora. Além disso, os novos equipamentos têm lança dez metros maiores do que os atuais, e são mais adequadas para carregar grandes embarcações. "Não podemos simplesmente parar o porto para fazer a substituição dos equipamentos. A troca dos carregadores vai ser gradual e deve ser feita em dois anos", explica o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

O restante dos recursos – R$ 2,4 milhões – serão usados para a recuperação de dez vias de acesso ao porto. As obras consistem na recuperação da pavimentação e asfaltamento de ruas que atualmente são de chão batido.

De acordo com Dividino, as obras devem recuperar parte da falta de investimentos que o porto deixou de receber nos últimos anos. "É preciso recuperar o atraso. A cada ano batemos recorde de movimentação, mas as modernizações precisam ser feitas para que a gente dê conta do que os usuários do porto demandam", afirma. A expectativa da Appa é que, neste ano, o porto movimente 50 milhões de toneladas.

Appa discutirá proposta de arrendamento

O anúncio das obras foi feito na esteira do novo plano de arrendamento do porto anunciado na semana passada pelo governo federal. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) começa hoje uma rodada de negociações com operadores, usuários e clientes do porto para coletar sugestões de mudanças para enviar à Secretaria Especial de Portos (SEP) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A ideia é modelar a proposta apresentada pelo governo federal para atender as necessidades locais do porto paranaense.

O plano, elaborado pela Estruturadora Brasileira de Projetos, foi recebido com críticas pelos operadores e cooperativas, por não contemplar os principais itens levantados como prioridade no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento dos Portos do Paraná (PDZPO). O receio é que, além de concentrar as ações dentro do porto, a medida encareça a operação portuária.

"Fizemos um levantamento muito extenso ao longo de um ano para mostrar quais eram as necessidades de Paranaguá. Agora, vamos concentrar as principais demandas novamente para ajudar com o processo de consulta pública", afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino. A Antaq receberá as sugestões ao longo de trinta dias.

Confusão

Além da crítica dos usuários, a confusão com a estimativa dos investimentos ainda persiste. Um dia antes do anúncio oficial, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, tinha adiantado que os investimentos somariam R$ 2,6 bilhões. No dia seguinte, no entanto, a proposta constava que o total dos arrendamentos custaria R$ 1,6 bilhão. A diferença, corrigida mais tarde para cima, englobava um novo terminal de contêineres a ser construído ao lado da atual área do Terminal de Contêneres do Paraná (TCP), em uma área a ser aterrada.

O documento detalhando a consulta e confirmando os valores deveria ter sido publicado ontem mas, no entanto, não foi ao ar no site da agência nacional.

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