Paranaguá (AE) A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) está em fase de negociações com um grupo privado para a cessão de espaço destinado à instalação de silo e estrutura de embarque específicos para a soja transgênica. O anúncio foi feito ontem, no último dia do Seminário Internacional de Gestão Ambiental Portuária, pelo superintendente da Appa, Eduardo Requião. O porto de Paranaguá ainda não embarca soja transgênica por falta de infra-estrutura para a segregação entre as variedades modificadas e as convencionais.
Requião não detalhou o projeto, mas antecipou que o embarque de soja transgênica por terminal privado em Paranaguá se dará por meio de dutos, não por esteiras. O superintendente disse que a legalização do cultivo e comércio e soja transgênica no Brasil encerrou a discussão sobre a questão, mas o porto não tem condições de receber o produto modificado com a estrutura atual. "Apenas 6% de todas as cargas refugadas pela fiscalização ocorreram por causa da transgenia.", explicou.
Ele afirmou ainda que o eventual aumento do volume de embarque de soja transgênica por Paranaguá poderá resultar em investimentos em segregação. "Não temos condições de fazer um investimento desse porte para uma pequena proporção do volume total movimentado no porto". A parceria privada em estudo, anunciada por Requião, poderá contornar o problema.
A Appa negocia também espaço no porto para a construção de um armazém da estatal chinesa de importação de soja, em troca de espaço similar para a Appa em um porto chinês. "O interesse é mútuo, mas ainda estamos examinando a legalidade desse tipo de troca", disse o superintendente.
No encerramento do seminário de gestão ambiental, Eduardo Requião assinou também um protocolo de intenções com a Petrobrás para construção do Centro de Excelência em Defesa Ambiental (Ceda-Taguaré) em Paranaguá. Serão investidos R$ 5 milhões somente na compra de equipamentos para o centro, que será inaugurado oficialmente na próxima quarta-feira.