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Logística

Porto reanima mercado de trabalho

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Vídeo (Foto: RPC TV)

Atividades que dependem diretamente do bom desempenho do Porto para sobreviver são as que mais estão gerando emprego em Paranaguá nos últimos 12 meses, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados atualizado mensalmente pelo Ministério do Trabalho. No geral, o número de empregos até o mês de maio aumentou 2,32%. O resultado reanima o mercado, após o desempenho ruim de 2006, quando houve redução de 0,68% no estoque de empregos. Em 2005, o quadro havia sido pior, marcado pela redução de 2,33%.

O setor que mais contratou na cidade neste ano foi o da construção civil. Em maio o saldo entre contratações e demissões cresceu 4,72%. No acumulado desde janeiro, o saldo é positivo em 17,34%, e no comparativo dos últimos 12 meses, o cadastro aponta um crescimento de 23,5% no número de empregos nesta área.

Avalia-se que a economia de Paranaguá dependa entre 70% e 80% do Porto. Portanto, como não há outras atividades fortes o suficiente para justificar o melhor desempenho econômico da cidade, conclui-se que as operações portuárias têm feito girar mais dinheiro na região. A prova deste raciocínio é o aumento do número de empregos também no comércio e entre as empresas prestadoras de serviço. Assim como a construção civil, estes segmentos dependem de dinheiro vindo do Porto ou de empresas que atuam diretamente ligadas a ele. Se há mais empregos na região central da cidade é sinal que há mais vagas ao redor do cais, ou pelo menos aponta que os trabalhadores estão ganhando melhor por lá.

O presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga no Paraná, Carlos Antônio Tortato, diz que, depois de sancionada a lei 8.630/93, que trata da modernização dos portos, estipulou-se que deve haver um cadastro de trabalhadores portuários avulsos e estes obrigatoriamente devem ser chamados para realizar as atividades de conferência, estiva e arrumação, entre outras. Portanto, quando o Porto vai mal, estes trabalhadores não ficam desempregados. "O que acontece é uma redução no volume de trabalho e com isso os trabalhadores recebem menos", explica.

Já em outras categorias a situação é um pouco diferente. Ademir Scomasson, presidente da Intersindical, disse que desde 2005 houve redução no número de vagas relacionadas às atividades portuárias. Segundo ele, a situação só voltou a melhorar nos últimos meses, quando cargas que utilizam muita mão-de-obra começaram a ser movimentadas com mais freqüência. "Nos últimos meses aumentou o volume de movimentação de cargas importantes, como madeira, açúcar e refrigerados. Estas cargas geram mais postos de trabalho", diz.

Scomasson também reforça o argumento de que a economia da cidade depende dos resultados do Porto, já que trabalham lá diretamente entre seis e sete mil trabalhadores. "Quando o porto está vazio, a cidade sente diretamente. Dinheiro no bolso do trabalhador portuário é dinheiro também no bolso de outros setores, principalmente o comércio", finaliza.

A presidente interina do Sindicato dos Portuários, Maria do Socorro Oliveira, defende a mesma posição. Ela diz que os trabalhadores lutam para que sejam movimentadas em Paranaguá cargas que demandem mais mão de obra. "Porto que só movimenta matéria prima continua sendo de terceiro mundo", cita. Para ilustrar, ela cita todo o complexo soja, que utiliza apenas 7% da mão-de-obra disponível, enquanto o embarque de contêineres representa 30% do trabalho.

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