Recurso para dragagem só vem se Appa pedir à União
A criação da Secretaria dos Portos pelo governo federal é vista com desconfiança pelo superintendente da Appa, Eduardo Requião. "Gostaria que o governo federal dissesse para que a secretaria está sendo criada, o que vai administrar e como vai fazer", declarou. Já a a forma como o governo federal destinou R$ 1,4 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para dragagem em portos brasileiros mereceu crítica direta de Requião. Os portos do Paraná não estão incluídos no projeto porque não solicitaram recursos, segundo o Ministério dos Transportes.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) publica nesta segunda-feira três editais para obras de ampliação da infra-estrutura portuária, que totalizam R$ 90 milhões. Todos os recursos são do caixa da Appa, que tem atualmente R$ 260 milhões disponíveis. As obras devem começar já no próximo mês e envolvem a construção do Cais Oeste, de um terminal público de fertilizantes e um novo silo para o armazenamento de grãos, todos no Porto de Paranaguá.
Os investimentos estavam previstos para ocorrer há dois anos, mas foram interrompidos por disputas judiciais em torno dos valores a serem pagos pela Appa. De acordo com o superintendente Eduardo Requião, as empresas vencedoras de licitações passadas entraram na Justiça pedindo pagamento acima dos valores previstos. Os contratos foram cancelados mas as empresas embargaram o lançamento de novos editais. Requião julga que o governo estadual saiu vitorioso na disputa judicial e por isso as obras devem ser realizadas sem problemas. "Vamos reeditar os editais nos mesmos valores propostos anteriormente corrigidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preço de Mercado)", declarou.
A primeira etapa da construção do Cais Oeste, orçada em R$ 38 milhões, envolve a remodelagem de cerca de mil metros de alguns berços de atracação para a instalação de equipamentos de grande porte, como guindastes e ship loaders (esteiras que levam grãos dos silos para os navios). A obra estava programada desde 2002 pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit).
Além da remodelagem dos berços, estavam previstas a construção de um cais com 820 metros e dragagem de aprofundamento em toda sua extensão. O valor do edital, de R$ 190 milhões a serem pagos pelo governo federal, foi considerado muito alto pela superintendência da Appa, que avaliou poder fazer o mesmo trabalho por custo menor.
O novo silo público, com capacidade para receber 107 mil toneladas de grãos, vai dobrar a capacidade de armazenagem do Porto de Paranaguá. A estrutura será erguida ao lado do silão e os dois vão receber apenas soja convencional. O valor desta obra é de R$ 39,3 milhões e engloba, além do armazém, duas moegas para descarga rodoviária dos grãos e duas balanças de fluxo com capacidade de 1,5 toneladas/hora, entre outros itens.
A grande movimentação de fertilizantes motivou a Appa a construir um terminal específico. De acordo com Requião, o porto é a principal porta de entrada de fertilizantes no Brasil, tendo recebido no ano passado 4,8 milhões de toneladas. Entre janeiro e 27 de março de 2007, o volume importado já é de 1,6 milhão de toneladas. "Vamos ter um duto que alimentará o pulmão do terminal, repassando a carga para os caminhões. Teremos uma grande melhora logística, além do ganho ambiental", afirmou. O terminal tem custo previsto de R$ 9,7 milhões.
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