O governo português lançou ontem um ambicioso pacto de crescimento para ressuscitar sua economia em meio às amplas dificuldades fiscais do país. O ministro de Economia de Portugal, Álvaro Santos Pereira, disse que o governo vai considerar cortar gradualmente o imposto corporativo, fornecer incentivos fiscais para que empresas estrangeiras ingressem no país, combater o burocrático sistema que prejudica investimentos e oferecer financiamento para pequenos e médios negócios.
O imposto corporativo de Portugal, cuja taxa é de atualmente 25%, está acima da média de 22% da União Europeia. O governo estava reticente quanto a reduzir o imposto enquanto tentava atingir metas orçamentárias e as exigências de credores internacionais. "Existe um consenso entre os ministros sobre a necessidade de sermos mais competitivos fiscalmente", disse Pereira.
Os esforços de Portugal para impulsionar o crescimento ocorrem em meio ao crescente sentimento das autoridades europeias de que a austeridade, sozinha, não será suficiente para tirar a região da crise financeira. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou que a política de austeridade que a União Europeia vem perseguindo não tem mais o apoio público necessário para funcionar.
Pereira afirmou que seu plano ajudará a tirar Portugal da recessão que já dura três anos e que levou o país a pedir um resgate de 78 bilhões de euros no início de 2011. Segundo ele, o país estará crescendo 2% ao ano até 2020 e as exportações vão representar 50% do PIB português até lá, dos atuais 37%.
A tarefa, no entanto, será difícil. Na última década, o país cresceu uma média de 1% ao ano e gastou a maior parte do que produziu ou tomou emprestado em infraestrutura em vez de investir em setores produtivos.
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