O presidente-executivo da Portugal Telecom considera que os acionistas da operadora portuguesa terão de escolher entre dar poder à empresa para criar valor a prazo e crescer no Brasil através da Vivo, ou aceitar de imediato um valor para venda deste ativo que não reflete seu valor.
Numa extensa apresentação de 30 páginas, durante conferência do Santander em Lisboa, Zeinal Bava explicou que a oferta da Telefónica não reflete o valor potencial da Vivo, não divide as sinergias com os acionistas da Portugal Telecom e não incorpora a escassez deste ativo e um possível movimento de consolidação do setor no Brasil.
"Os acionistas da Portugal Telecom têm duas opções: abdicar da opção (Brasil) e cristalizar o valor do investimento da PT no Brasil agora ou dar poder à Portugal Telecom para continuar a criar valor para os acionistas ao alavancar a exposição da Vivo e do Brasil no futuro", disse Bava.
O conselho de administração da operadora portuguesa já considerou que a oferta de 6,5 bilhões de euros feita pela Telefónica para comprar sua posição Vivo "não reflete o valor estratégico" da brasileira para a espanhola.
Em 30 de junho, uma assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom vai deliberar sobre esta proposta que, apesar de incorporar uma alta de 14% frente aos 5,7 bilhões de euros iniciais, rejeitados no mês passado.
Bava defendeu o grande potencial de valorização do mercado de telecomunicações no Brasil e a situação privilegiada da Vivo para ser beneficiada por essa valorização, dada sua dimensão e foco na banda larga móvel.
Ele salientou o "ambiente de investimento cada vez mais estável", além do "forte crescimento econômico e classe média em expansão".
A Anatel, que regula o setor brasileiro de telecomunicações, estima que a partir de 2011 os acessos móveis de banda larga superem os acessos fixos, sendo que a Vivo deve "cobrir 85 por cento da população brasileira com 3G até dezembro de 2011".