O governo português usou suas 500 "ações douradas" na Portugal Telecom para vetar a venda da participação da operadora portuguesa na Vivo para a Telefónica, apesar da maioria dos acionistas da empresa portuguesa terem votado a favor da oferta de 7,15 bilhões de euros da espanhola, afirmara acionistas.
Dois acionistas da Portugal Telecom afirmaram que a oferta da Telefónica contou com apoio de 74% dos votos representados. Apenas 26% votou contra.
"A oferta da Telefónica foi derrotada. O governo português vetou", disse Jorge Felix, presidente do sindicato dos trabalhadores da Portugal Telecom na saída da assembleia.
Outro acionista também citou o veto e o placar da votação, que foi mais tarde confirmado pelo presidente da assembleia.
A reunião teve representação de 68% do capital da Portugal Telecom. A Telefónica foi impedida de votar pelo presidente da mesa, ficando sem exercer seus 10% por questão de possível conflito de interesse.
A Telefónica pretendia obter o controle da Vivo, dividido com a Portugal Telecom através da holding Brasilcel para unificar suas operações com telecomunicações fixas e móveis no Brasil em um momento em que a rival América Móvil, do magnata mexicano Carlos Slim, faz o mesmo na América Latina.
Na véspera, a Telefónica aumentou pela segunda vez a oferta pela participação da Portugal Telecom na Vivo. A proposta de 6,5 bilhões de euros subiu para 7,15 bilhões e analistas afirmaram que a elevação havia aumentado as chances de sucesso da companhia espanhola.
A oferta inicial da Telefónica era de 5,7 bilhões de euros, cifra que foi imediatamente rejeitada pelo conselho do grupo português.
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