Dicas
Veja algumas dicas de como implementar um código de conduta para o uso das redes sociais:
Esclareça
Sem orientação, o funcionário pode supor que a empresa não se importa com o que é dito sobre ela nas redes sociais. O importante é informar o colaborador sobre a estratégia da companhia e do que ela não gostaria de ter seu nome associado. O caminho é a comunicação.
Por escrito
Mesmo após um debate sobre o uso das redes, a empresa pode formalizar sua política com um código de conduta, que depois pode ser compartilhada ou distribuída para os funcionários.
Incentive
Antes de achar que elas podem ser um problema, as empresas devem olhar para as redes sociais como uma oportunidade. Incentivar os colaboradores a falar bem da companhia e a tecer comentários positivos sobre o ambiente trabalho também é importante.
Interatividade
Você concorda que as empresas devem banir o uso das redes sociais durante o trabalho?
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Pouco mais de 65% dos curitibanos que têm acesso à internet no trabalho concordam que as empresas deveriam proibir o uso das redes sociais durante o expediente. Cerca de 70% também acham correto que as companhias monitorem os sites frequentados pelos funcionários. O resultado é de um levantamento do Paraná Pesquisas, feito com exclusividade para a Gazeta do Povo entre 14 e 24 de janeiro. A margem de erro é de 7 pontos porcentuais.
Uma das possíveis explicações para o resultado é a percepção de que o uso das redes sociais afeta a produtividade dos trabalhadores. A Mundi Trade, empresa de comércio exterior, optou por banir os sites de relacionamento justamente por perceber que o acesso ao Facebook, Orkut e Twitter estava afetando o desempenho da equipe. A decisão foi tomada em conjunto com os funcionários, de acordo com o diretor-geral da companhia, Bruno Molteni. Ele conta que, após um levantamento, foi constatado que cerca de 30% das horas de trabalho dos funcionários eram gastas em alguma rede social. "Mostramos os números e eles concordaram que era a melhor coisa a ser feita. O fato de não ser bloqueado gerava uma certa tentação, então eles próprios foram a favor de bloquear, porque seria uma maneira de melhorarem seus rendimentos no trabalho", diz Molteni.
Na Perkons, empresa de tecnologia e soluções de trânsito, a mudança foi no sentido contrário. Antes pouco flexível em relação ao uso das redes sociais, a empresa estipulou uma nova política em setembro do ano passado. Agora, basicamente, a responsabilidade é do funcionário, conta Régis Eidi Nishimoto, gerente de operações da empresa. "A nossa orientação é que o funcionário não deve fazer nada que a lei do nosso paí não permite. De resto, não bloqueamos nada", afirma ele. "Obviamente a gente recomenda o uso consciente dos sites, mas isso vai de cada um. O que importa é o que vai se refletir no resultado." Com cerca de 300 funcionários, a Perkons também orientou os trabalhadores a não repassar informações sigilosas e confidenciais da empresa.
Quem acessa
Segundo o levantamento do Paraná Pesquisas, 65% dos entrevistados afirmam não acessar as redes sociais no trabalho. Entre aqueles que usam, 45% dizem que frequentam as redes sociais apenas para assuntos particulares; 26%, para assuntos profissionais; e 29%, para ambos.
Metade dos curitibanos afirmou que acessa o e-mail pessoal durante o trabalho. Destes, a maioria diz checar o e-mail apenas uma vez ao dia. O uso do e-mail de trabalho em casa também foi alvo das perguntas 45% afirmaram que checam o correio eletrônico da empresa nos fins de semana, feriados ou nas férias.
Quando questionados sobre qual aparelho utilizam para acessar a internet no trabalho, 84% afirmaram que usam o computador, 27% utilizam o celular e 5% usam tablets. Quase 20% também afirmaram que não estão satisfeitos com a máquina de trabalho oferecida pela empresa.
Poucas empresas têm código de conduta
Um dos resultados que mais chama a atenção no levantamento do Paraná Pesquisas é o número de empresas que não têm uma política de uso das redes sociais pelos funcionários. Segundo a pesquisa, apenas 34% dos entrevistados afirmam que a companhia para qual trabalham têm um código de conduta a esse respeito.
Para José Manuel Catarino Barbosa, diretor-geral da salsa:mobion, consultoria especializada em inteligência e estratégia digital, a empresa deve se planejar e implementar uma política do uso das redes sociais de forma gradual. "O primeiro passo e um dos mais importantes é orientar o funcionário sobre como usar a rede social. Pode ser que ele não tenha acesso aos sites no trabalho, mas ele terá em casa, na lan-house, em algum lugar. E a empresa precisa deixar clara a sua posição. Se esse funcionário colocar em seu perfil que ele trabalha na empresa X, a empresa estará automaticamente ligada à imagem desse funcionário", diz Barbosa.
Ele diz que as recomendações são baseadas no bom senso, como ter cuidado em fazer brincadeiras envolvendo o local de trabalho e o sempre falar de maneira positiva quando usar o nome da empresa em algum comentário.
O segundo passo, segundo Barbosa, é a entrada numa rede social mais íntegra, diferente das mais populares, como Facebook e Twitter. "A primeira rede social que recomendamos liberar é o LinkedIn. É uma rede eminentemente profissional, em que a pessoa não vai poder postar fotos ou ficar dando suas opiniões. É um começo de um processo de aculturação de uso consciente das redes sociais. Depois, começamos a liberar alguns blogs relacionados à atividade do trabalho", afirma. As etapas seguintes são de liberalização do YouTube e, então, do Facebook e Twitter. Em média, o processo dura cerca de seis meses, segundo Barbosa.
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