A análise de uma empresa por determinada ótica revela que inúmeros de seus problemas, para não dizer todos, têm origem nas emoções, o que parece um contra-senso.
Empresas são movidas por pessoas e elas são motivadas por valores e ideais além de outros componentes como respeito, admiração e crença. Observe-se que nesse raciocínio não entra competência, capacidade, habilidade. Motivação tem a ver com vontade e sentimento. Conduzir o processo que as mobiliza é um desafio diário e constante.
Lembro de uma visita a um especialista em fonoaudiologia por um problema na voz e ele me provocou: "Você já reparou que a gente sempre dá conta dos problemas profissionais e que são os outros que incomodam?" Esse "outros" diz respeito ao mundo curioso, surpreendente e intrincado das emoções.
No entanto empresas são - ou deveriam ser (!) - dirigidas pela razão, o que evidencia suas dificuldades. Se o que importa é a manutenção, preservação e crescimento, deveriam afastar definitivamente decisões apoiadas na emoção. Mas isso não acontece. O processo de decisão - lógico e racional - é lento e exige um longo exercício no caminho da profissionalização. Essa é uma forte diferença que define empresa familiar, estatal e a aquela que está profissionalizada. Essa dinâmica tem embaraços consideráveis. Afinal, empresas têm vida.
Um líder é aquele que consegue canalizar essas forças antagônicas numa mesma direção, elevando o índice de motivação e superando resultados. Por isso deve inspirar confiança, autoridade, senso de justiça, conhecimento, visão e transpirar ética. Uma administração assim fundamentada tem mais chances de sobrevivência.
Bem, e como fazer isso? Além da relevância da figura de um líder, não tão fácil de encontrar, algo que pavimenta esse caminho é a implantação de processos que incluem normas e procedimentos rumo à produtividade com sistemas de avaliação qualificados.
Parece bastante simples, não? Porém exige firmeza, planejamento e forte senso de critério.