O excelente desempenho das exportações na balança comercial brasileira levou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) a aumentar em cerca de US$ 10 bilhões sua estimativa de superávit para 2005, de US$ 32,113 bilhões para US$ 42,133 bilhões. Segundo a entidade, as vendas externas devem chegar a US$ 114,555 bilhões, mantendo o registro anual de recordes históricos que começou em 2000. A AEB projeta, ainda, US$ 72,422 bilhões em importações.
Para o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, no caso das compras externas, que também deverão bater um novo recorde, o resultado pode ser decepcionante. Isto porque o aumento previsto, de US$ 62,782 bilhões em 2004 para US$ 72,422 bilhões em 2005, deve-se, principalmente, à valorização cambial, que permite um cenário altamente favorável às importações, e não ao aquecimento da demanda interna.
Ilustrando a decepção com as compras no exterior, o montante estimado de US$ 14,884 bilhões para a aquisição de bens de capital é inferior aos valores recordes de US$ 16 bilhões em 1997 e US$ 16,057 bilhões em 1998, destacou Castro.
- A valorização cambial, que poderia ajudar as importações, sofre influência negativa do baixo nível de demanda doméstica - disse o vice-presidente da AEB.
Ele afirmou que, por outro lado, o mercado mundial está aquecido. Isso permite a manutenção da elevada demanda externa e das altas cotações interncionais das commodities exportadas pelo Brasil.