O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu que as negociações para a Rodada de Doha não deve se esgotar na reunião que acontecerá em Hong Kong no mês que vem. Ele disse que não pode ir sem otimismo para o encontro mas lembrou que existem vários detalhes que precisam avançar, inclusive em outras áreas que não a agrícola.
- Hong Kong não é o fim da linha. Mesmo que o acordo saísse, seriam necessários vários meses para concluir os detalhes. São coisas complexas que envolvem discussões como linha por linha tarifária, e conferências de listas - afirmou Amorim, que se reuniu nesta sexta-feira com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para o ministro Celso Amorim, talvez seja necessária até mesmo uma segunda reunião em Hong Kong mais para frente.
- Acho difícil que o acordo seja alcançado em Hong Kong. É preciso mais tempo, não tempo. Talvez seja necessário um Hong Kong 2, dois ou três meses depois - afirmou, acrescentando que "é melhor esperar do que afundar tudo em apenas uma reunião em Hong Kong".
O chanceler brasileiro disse que saiu pessimista da última reunião, realizada em Genebra no início do mês, quando a União Européia continuou com as mesmas posições em relação ao setor agrícola. Na ocasião, o ministro chegou a dizer que o bloco europeu só está repetindo as virtudes de sua proposta, e disse que era inútil continuar a negociação em que as pessoas apenas repetem.
Amorim disse que espera, no entanto, que o bloco europeu tenha mudado de opinião. Na próxima terça-feira, ocorrerá uma nova reunião em Genebra para discutir o assunto.
- Vou checar se a atitude da União Européia mudou ou não - disse Amorim.
Para o ministro, o pior resultado nas negociações é o de baixar o nível de ambição da rodada e aceitar que o subsídios às exportações não serão eliminados, e que haverá redução dos subsídios agrícolas.
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