O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, responsabilizou a União Européia (UE) e os países do G-10 pela estagnação das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para a liberalização do comércio mundial.
- A UE não fez nenhum movimento, só repetiu suas propostas. Sinceramente, tenho coisas melhores a fazer com o Mercosul e outros assuntos do que escutar as virtudes das propostas comunitárias (da UE) - disse Amorim ao término de uma reunião entre representantes de 27 países da OMC.
O ministro acrescentou que tanto "alguns países do G-10 como da UE não param de repetir o quão boa é sua oferta em agricultura e o quão difícil é produzir alguns produtos no Ártico ou não sei onde", motivo pelo qual "têm que conceder subsídios".
A UE está sob pressão dos países que consideram sua oferta nas negociações agrícolas insuficiente. Mas Bruxelas já advertiu que não a mudará. Além disso, insiste em pedir um maior acesso aos mercados de produtos industriais e serviços das nações em desenvolvimento.
Os países do G-10 são fundamentalmente nações ricas que concedem subsídios a seus agricultores e maiores importadores de alimentos, como Suíça, Noruega, Japão, Islândia, Israel e Coréia do Sul, que já ameaçaram usar o veto se as negociações não atenderem a seus objetivos.
Brasil e Índia, os dois países que lideram o G-20, grupo integrado por economias em desenvolvimento, já advertiram em Londres que as expectativas em torno da reunião ministerial de Hong Kong devem ser revistas se as negociações desta semana não derem resultados.
- Talvez convençam sua opinião pública, mas a mim e à opinião pública brasileira, não o fazem - declarou Amorim em relação à UE.