HONG KONG - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, advertiu nesta quarta-feira que "os países pobres não podem esperar outros 20 anos para ver uma verdadeira reforma no comércio agrícola".
Durante discurso na conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC) de Hong Kong, Amorim assinalou que o sistema de comércio mundial sofre um "déficit de desenvolvimento", e que o início da Rodada de Doha, há quatro anos, foi um sinal de reconhecimento internacional desta situação.
O ministro afirmou que os países ricos têm escondido esta realidade inclusive na própria rodada, enquanto os países pobres de África, Ásia e América Latina, que representam a maioria da população rural do planeta, uniram-se no Grupo dos 20 (G-20) para acabar com as distorções do comércio agrícola.
- Os países ricos não podem esperar receber um pagamento por fazer o que deveriam ter feito há muito tempo. Há muitos anos, ou deveria dizer séculos? Há vestígios do feudalismo que ocorreram por fases, junto a outras formas de privilégios inaceitáveis - frisou.
Amorim ressaltou que "o momento para agir é agora" e que "todas as formas de subsídios que distorcem o comércio devem ser eliminadas ou reduzidas drasticamente". O chanceler brasileiro acrescentou que as grandes economias não podem esperar mais concessões dos países em desenvolvimento além das que estão dispostas a oferecer.
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