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futuro do trabalho

Aprender a “linguagem das máquinas” não será garantia de emprego no futuro

Uma das soluções para o dilema da automação que empresas e governos têm promovido, de ensinar programação a crianças nos colégios e de popularizar este conhecimento, na visão de Bloomberg já é inútil. | Pixabay/
Uma das soluções para o dilema da automação que empresas e governos têm promovido, de ensinar programação a crianças nos colégios e de popularizar este conhecimento, na visão de Bloomberg já é inútil. (Foto: Pixabay/)

No Bloomberg Global Business Forum 2017, evento realizado na manhã desta quarta-feira (20) em Nova York, o ex-prefeito da cidade e fundador da Bloomberg L.P. Michael Bloomberg afirmou que “não existe uma resposta fácil” para a automação de empregos, que já é um processo inevitável.

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É difícil ver essa automação parar, nem o público quer que isso pare. Isso garante produtos de maior qualidade, por preços mais baixos e mais rapidamente. Mas nós temos o problema da desigualdade de renda, e algumas pessoas precisam de um emprego e querem ter essa dignidade. E como criar empregos para essas pessoas se é mais fácil implementar a automação?”, disse.

Solução?

Uma das soluções que empresas e governos têm promovido, de ensinar programação a crianças nos colégios e de popularizar este conhecimento, na visão de Bloomberg já é inútil: “Nós sabemos que até a programação será automatizada, não faz sentido trabalhar nisso”, disse.

“Dizer que eu e você vamos aprender programação e teremos um emprego no futuro é uma mentira, esqueça isso. Isso não vai acontecer”, disse, e seguida reforçando que poucas pessoas, que são verdadeiros talentos, terão empregos por muito tempo.

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Questionado sobre como é possível resolver este problema, ele falou que ainda não tem a resposta e que “este é o grande debate”, mas que a reciclagem de habilidades é uma das alternativas: a Bloomberg Filantropies, instituição filantrópica também criada por Bloomberg, tem investido na reeducação de trabalhadores de minas de carvão para que eles possam trabalhar em áreas e setores mais tecnológicos, como instalação de painéis solares.

“Esses trabalhadores são fortes e, por terem trabalhado em minas, eles acabam tendo problemas de pulmão. Isso, por sua vez, faz com que muitas empresas deixem de contratá-los. Por isso eles são nossa prioridade”, disse.

As tecnologias do futuro

Segundo Bloomberg, nos próximos dez anos nós teremos mais novas tecnologias do que tivemos desde Thomas Edison até hoje – e, apesar de “enorme”, essa mudança não será sentida no dia a dia.

“É ultrajante hoje pensar que o iPhone já teve uma capacidade de armazenamento de 10 GB e, sabe, há 20 anos nós não tínhamos nem celulares e nada do que hoje tomamos como garantido”, disse.

“Nós ainda temos nossos celulares, ainda temos alguns botões ou toques para serem feitos, mas as novidades que teremos serão capazes de cada vez mais coisas. Não será necessário aprender muitas coisas novas, por isso as novas tecnologias são adotadas tão facilmente”, finalizou.

Além de Bloomberg, participarão do evento o CEO da Apple, Tim Cook, o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton e outros nomes importantes.

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