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Os bancários de Curitiba e região cruzam os braços e iniciam, a partir desta quinta-feira, uma greve por tempo indeterminado em todo o país. A greve, porém, não deve interromper de imediato o atendimento nas agências de Curitiba e região metropolitana. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários da região, Marisa Stédile, a paralisação será progressiva. A greve deve começar com a paralisação dos trabalhadores das centrais de processamento de dados, seguida pelos funcionários de atendimento e de serviços e se estenderá às agências bancárias, incluindo os caixas eletrônicos.

Na assembléia realizada na noite desta quarta-feira, 1.200 trabalhadores, presentes na reunião, decidiram pela paralisação. A categoria luta por um reajuste salarial de 11,77%.

Serviços oferecidos pelos correspondentes bancários, como o Banco Postal e as casas lotéricas também podem ser atingidas caso o sistema operacional da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco Bradesco forem parados. "Iniciamos um movimento forte. Esperamos uma adesão progressiva de outros bancários que poderão analisar e ver que a luta é justa", afirmou Marisa. O Sindicato orienta aos clientes para que se informem se suas agências estarão abertas ou não, para não perderem tempo.

Os bancos que deverão sofrer mais diretamente com a paralisação são os públicos, CEF e Banco do Brasil, em suas agências centrais. Na paralisação de advertência realizada em 27 de setembro, a adesão foi maior na região central, mas considerada fraca nos outros bairros. "Acreditamos que a adesão vai aumentar com o passar dos dias. Os funcionários dos bancos privados têm medo de demissão, mas tenho certeza de que eles vão se sensibilizar e aderir ao movimento", disse Marisa.

ReivindicaçãoOs bancários pleiteiam um reajuste salarial de 11,77%. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou como proposta o valor de 4% de aumento, mais um abono de R$ 1 mil. Um impasse foi formado, já que o sindicato patronal afirma que os bancários não se pronunciaram sobre a proposta e os funcionários afirmam que vetaram o que foi proposto.

Os rumos da paralisação estão indefinidos. No ano passado, os funcionários da rede bancária fizeram uma greve de 29 dias lutando pelo reajuste salarial. Como não houve acordo entre o comando de greve e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os trabalhadores, desgastados, foram obrigados a voltar ao trabalho e o reajuste não aconteceu.

"Não podemos deixar que a greve deste ano tenha o mesmo fim que a outra. Estamos decididos e lutaremos pelos nossos direitos. Esperamos que a população entenda nossa posição, já que estamos dentro da lei de greve e da constituição. Queremos acabar com a paralisação o mais rápido possível", explica Marisa.

Na sexta-feira, os grevistas se reúnem em nova assembléia para decidir quais serão os rumos da paralisação.

Greve do Bacen

O principal temor da população deve ser com a ocorrência simultânea das greves dos bancários e dos funcionários do Banco Central (Bacen). Paralisados há cerca de duas semanas, os funcionários do Bacen não estão mais distribuindo dinheiro para os bancos da cidade. Atualmente, essa função está sendo feita por funcionários do Banco do Brasil (BB).

Porém, se a greve dos bancários, que começa nesta quinta, atingir o setor de tesouraria do BB, pode faltar dinheiro nos bancos de Curitiba. A luta dos funcionários do Bacen é por um reajuste de 15%, mas o sindicato patronal ofereceu apenas 5%. A categoria pode estar próxima de uma solução para acabar com a greve, já que contra-propostas surgem dos dois lados.

A greve do Bacen está atingindo diretamente as ações das CPI´s que estão sendo investigadas em Brasília. A quebra de sigilos bancários é feita por funcionários do Banco Central e por isso alguns parlamentares estão intercedendo junto aos dois lados, patrões e empregados, para tentar resolver o impasse.

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