O mercado internacional voltou a dar o tom dos negócios no Brasil na manhã desta quarta-feira. A expectativa pela definição dos juros básicos da economia acabou por ficar em segundo plano. Os títulos da dívida externa caíram, o risco-país subiu e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou a manhã em baixa de 0,98%, com o Índice Bovespa em 28.782 pontos.
A manhã foi mais tranqüila no mercado de câmbio, apesar de o cenário externo continuar no centro das atenções. O dólar encerrou a manhã contabilizando alta de 0,31%, cotado a R$ 2,247 na compra e R$ 2,249 na venda. O Banco Central voltou comprou pequena quantidade de dólares dos bancos (por R$ 2,254), e a cotação reduziu o ritmo de alta após a operação.
Apesar da expectativa com o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), tiveram maior influência sobre os negócios os temores de aumento de juros nos Estados Unidos e a repercussão de resultados negativos das empresas americanas. Além disso, a intensificação do furacão Wilma preocupa, apesar de não indicar estragos em regiões produtoras de petróleo.
O petróleo começou o dia em alta, por conta do furacão, mas inverteu a tendência no final da manhã, com a notícia de que os estoques de gasolina americanos cresceram mais que o esperado. "O cenário interno não apresenta nenhuma variável capaz de influenciar os negócios. Diante dessa ausência de novidades, as atenções estão todas concentradas no cenário internacional, que é realmente preocupante", disse o gerente de mesa de câmbio de um grande banco.
O mercado futuro de juros continua dividido nas apostas sobre a decisão do Copom. Parte do mercado aposta em um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, enquanto outra parte aposta em uma redução mais conservadora, de 0,25 ponto. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as projeções dos juros operam perto da estabilidade, em compasso de espera da decisão que sai no início da noite.