A notícia de que o Brasil deu início à sua primeira emissão soberana em reais impulsiona os negócios no mercado financeiro. O Tesouro nacional concedeu mandato a dois bancos para promover a operação inédita. Às 11h03m, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 1,51%, com 29.489 pontos. Esse é o pico do Índice Bovespa no ano. A pontuação máxima do índice em fechamentos neste ano foi de 29.455 pontos, no início de março.
O câmbio também reage positivamente à notícia. O dólar cai 0,81% frente ao real, cotado a R$ 2,308 na compra e R$ 2,310 na venda. O risco-país brasileiro cai 9 pontos, para 373 pontos centesimais.
A captação em reais já era mais do que esperada e na quarta-feira os rumores a seu respeito eram bastante fortes e influenciaram o dólar. O Tesouro Nacional já havia dito que em um período breve poderia promover a operação, que tem como objetivo a diversificação da base de investidores e a melhora do perfil da dívida, reduzindo a exposição cambial.
Segundo estimativas do mercado na quarta-feira, os títulos deverão ter prazo de 5 ou de 10 anos. Em valores, a oferta poderia ser equivalente a US$ 500 milhões. A vantagem para o investidor estrangeiro é não precisar converter os recursos na hora do saque, já que ele pode obter o valor equivalente em dólares. Para o Brasil, no entanto, os analistas afirmam que pode haver perdas na arrecadação do Imposto de Renda, conforme as taxas da operação.
O Brasil já completou o cronograma de captações externas de 2005, que previa a captação de US$ 6 bilhões. Recentemente, fez uma captação de US$ 1 bilhão em bônus com vencimento em 2025.
O mercado financeiro reage bem às emissões soberanas porque elas são uma evidência de que a demanda internacional para ativos brasileiros é expressiva. Com isso, as empresas do setor privado podem ter maior facilidade de obter empréstimos internacionais, e com condições cada vez mais vantajosas.