A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou a semana com chave de ouro, ao emplacar mais um recorde histórico. Foi o quarto em um período de oito dias. O Índice Bovespa subiu 2% nesta sexta-feira e fechou em inéditos 31.294 pontos. Os negócios somaram R$ 2,095 bilhões, evidenciando a forte participação dos investidores estrangeiros no pregão.
O dólar à vista caiu 0,48% e bateu novo recorde de baixa. Ao fechar cotado a R$ 2,263 na compra e R$ 2,265 na venda, a moeda americana atingiu novo piso no ano, com a menor cotação desde 10 de abril de 2002. No acumulado da semana, o dólar caiu 1,48%. O risco-país fechou em 356 pontos centesimais (queda de 9 pontos) o menor patamar desde outubro de 1997.
- O otimismo no mercado é muito grande e não há como o dólar ter outro comportamento. O risco-país já caiu quase 14% este mês e a receptividade internacional à emissão brasileira em reais foi ótima - disse Hélio Ozaki, diretor de câmbio do Banco Rendimento.
A primeira emissão em títulos brasileiros em reais captou R$ 3,4 bilhões, com demanda expressiva. Com isso, o mercado espera novos empréstimos externos no setor privado, o que sugere novas quedas do dólar. Além disso, a balança comercial continua a bater recordes, com exportações firmes.
A participação dos investidores estrangeiros voltou a crescer nos mercados, depois de uma pequena correção na quinta-feira. O combustível para a compra de ativos brasileiros continua a ser os fundamentos econômicos positivos, além da forte liquidez internacional. O cenário internacional também contribui, já que o furacão Rita perde força e o petróleo cai significativamente.
AÇÕES - O grande destaque ficou com as ações da Brasil Telecom, que dispararam com a expectativa de acordo com a Telecom Itália, que geraria uma mudança na estrutura acionária. De acordo com as notícias, os detentores minoritários de ações ordinárias teriam condições interessantes na venda dos papéis, o que fez as ações subirem com força.
Brasil Telecom PN fechou em alta de 12,29%, seguida por Brasil Telecom Participações ON (+10,48%) e Brasil Telecom Participações PN (+8,39%). Foram as três maiores altas do Ibovespa.
Light ON subiu 4,61% e foi outro destaque. A ação subiu depois da notícia de que a sua controladora, a estatal francesa EDF, anunciou mandato ao banco Goldman Sachs para avaliar a venda do controle ou de parte da empresa que distribui energia no Rio de Janeiro.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros, a participação dos investidores estrangeiros foi fundamental para a alta do dia e da semana. Entre segunda e sexta-feira, o Ibovespa subiu 4,96%. Apesar de os preços estarem "esticados", as realizações de lucros duram pouco ou passam despercebidas.
Das 57 ações do Ibovespa, foram destaque de baixa Celesc PNB (-2,12%) e Petrobras ON (-1,23%).
JUROS -As projeções dos juros negociadas no mercado futuro fecharam praticamente estáveis nesta sexta-feira tranqüila para o mercado interbancário. As taxas haviam subido na quinta-feira, devido às dúvidas quanto ao ritmo dos cortes de juros a serem promovidos pelo Banco Central.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 19,34% ao ano, contra 19,35% do fechamento de quinta-feira. O DI de abril terminou o dia em 18,54% anuais, estável no dia. A taxa do DI de janeiro de 2007, o mais negociado, teve taxa de 17,65% anuais, contra os 17,64% anteriores. A taxa Selic é hoje de 19,50% ao ano.
PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em baixa de 0,77%, cotado a R$ 2,50 na compra e R$ 2,57 na venda. No Rio, o paralelo fechou estável, a R$ 2,35 na compra e R$ 2,45 na venda. O dólar turismo de São Paulo caiu 0,41% e terminou o dia a R$ 2,24 e R$ 2,42 na compra e venda, respectivamente.
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