A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ultrapassou pela primeira vez a marca dos 30 mil pontos e bateu seu segundo recorde histórico consecutivo. O Índice Bovespa terminou o dia em 30.076 pontos, com alta de 0,87%. Os negócios na bolsa paulista somaram R$ 2,719 bilhões, incluindo o R$ 1,018 bilhão do exercício de opções.
Pelo terceiro dia seguido o dólar operou abaixo do piso informal dos R$ 2,30. A moeda americana fechou em baixa de 0,13% nesta segunda-feira, cotada por R$ 2,294 na compra e R$ 2,296 na venda. O risco-país brasileiro fechou em 363 pontos centesimais, com baixa de 5 pontos e no menor patamar em oito anos.
O exercício de opções e o desempenho negativo das bolsas americanas trouxeram volatilidade ao mercado de ações, levando a Bovespa a operar em baixa em alguns momentos. Mas os papéis se descolaram de Nova York, e ganharam força novamente no final da tarde, com as informações sobre a inédita emissão soberana concluída pelo Tesouro Nacional.
- A emissão soberana foi um fator emblemático para o mercado. Ela tem um significado muito importante, porque é a prova concreta da melhora da percepção do mercado externo sobre o país - disse Gustavo Alcantara, gestor da Mercatto.
Em meio a uma expressiva demanda, o Tesouro Nacional colocou US$ 1,5 bilhão em títulos denominados em reais, com vencimento em 10 anos e com juros de 12,75% ao ano. Em seguida, o Bradesco também abriu uma emissão em reais, aproveitando o bom momento. O banco deverá colocar pelo menos US$ 100 milhões, em títulos de 5 anos.
Entre as 57 ações do Índice Bovespa, a maior alta foi de Embratel Participações PN, que disparou 9,19%. A valorização foi reflexo da notícia de que a Embratel oferecerá até o final do ano serviços residenciais utilizando a rede de cabos da Net. Com isso, haverá um aumento de capital da companhia e um aporte de recursos.
CÂMBIO - O cenário internacional foi o único fator negativo do dia, com alta dos preços do petróleo e queda das bolsas americanas. Por outro lado, o noticiário interno contribuiu somente para a queda. O fluxo cambial positivo e o surpreendente superávit de US$ 1,3 bilhão da balança comercial na terceira semana de setembro foram dois dos destaques.
- A balança comercial pode terminar o mês com um recorde de US$ 5 bilhões e o governo obtém uma grande demanda por seus títulos. Isso só nos leva a pensar que a tendência do dólar é de baixa - diz João Medeiros, diretor da corretora Pioneer, uma das maiores do país.
Medeiros chama a atenção para as empresas que estão conseguindo colocar no mercado internacional títulos perpétuos (sem vencimento definido), hipótese impensável poucos anos atrás.
JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam perto da estabilidade, com os investidores à espera da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o comitê reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 19,50% ao ano.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 19,38% ao ano, contra 19,39% do fechamento de sexta-feira. O DI de abril teve a taxa reduzida de 18,66% para 18,64% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,67% para 17,69% anuais.
PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em queda de 1,14% nesta segunda-feira, cotado a R$ 2,45 na compra e R$ 2,58 na venda. No Rio, o paralelo ficou estável, a R$ 2,35 na compra e R$ 2,45 na venda. O dólar turismo de São Paulo caiu 1,22%, a R$ 2,28 na compra e R$ 2,42 na venda.