A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começou o quarto trimestre do ano registrando mais um recorde histórico de pontos. O Índice Bovespa fechou em alta de 0,86%, com inéditos 31.856 pontos. O total movimentado na bolsa somou R$ 1,816 bilhão.
O risco-país, medido pelo J.P. Morgan, fechou a segunda-feira em 341 pontos centesimais, com queda de cinco pontos em relação a sexta-feira. É o menor patamar desde outubro de 1997. Na mínima do dia, o EMBI+ brasileiro chegou a 338 pontos, próximo da mínima histórica, que foi 337 pontos (22 de outubro de 1997).
Uma compra de dólares feita pelo Banco Central impediu a moeda americana de começar outubro em baixa. O dólar fechou estável, a R$ 2,227 na compra e R$ 2,229 na venda. Essa cotação é inferior aos R$ 2,231 pagos pelo BC no leilão.
O Ibovespa chegou a encostar nos 32 mil pontos, mas não teve força para conquistar o novo patamar. O volume financeiro elevado mostrou que os investidores estrangeiros continuaram presentes.
- O estrangeiro atuou bastante, comprando ações e também realizando lucros - disse Sussumo Assai, da corretora Itaú, ressaltando que esse é um movimento normal em um mercado que espelha um cenário interno bastante positivo.
A inflação controlada e a expectativa de queda dos juros são alguns dos motivos que impulsionam as ações. A previsão dos analistas é de que os balanços corporativos do terceiro trimestre sejam positivos, o que também deverá dar fôlego aos papéis.
Entre as ações que participam do Ibovespa, as maiores altas são de Embratel Participações PN (+9,23%) e Celesc PNB (+4,82%). As quedas mais significativas do índice foram de Net PN (-4,08%) e Brasil Telecom Participações ON (-3,03%).
CÂMBIO Segundo operadores, a atuação do Banco Central nesta segunda-feira foi uma necessidade, visto que o volume de dólares que ingressou no país via exportações foi muito alto. Segundo as mesas dos grandes bancos, o fluxo foi três vezes maior que o de um dia considerado bom. Esse movimento costuma acontecer no início de cada mês. Mesmo assim, a compra de recursos teria sido "simbólica", inferior a US$ 50 milhões.
- Os bancos preferiram absorver os recursos externos e não quiseram vender dólares para o BC. Eles querem saber se os leilões de "swap" reverso serão retomados, e por isso deverão segurar a cotação amanhã - disse um profissional de câmbio de um grande banco.
Desde março que o BC não comprava dólares diretamente dos bancos, embora em agosto a autoridade monetária tenha anunciado um leilão, rejeitando todas as ofertas. O BC afirma que as compras são para recomposição de reservas cambiais, mas o mercado interpreta os leilões como uma forma de o BC tentar conter quedas excessivas da cotação. Por conta disso, as posições "vendidas" foram reduzidas.
Segundo Shiguemi Fujisaki, diretor de câmbio da corretora Socopa, o BC deve começar os leilões de maneira discreta, mas com o tempo poderá aumentar as quantias adquiridas. Ainda assim, ele não espera mudança significativa no patamar atual da cotação. Isso porque o BC está muito atento à inflação, que está em convergência com as metas deste e do próximo ano.
O superávit de US$ 2,4 bilhões da balança comercial foi o destaque do período da tarde. É o segundo melhor resultado do ano e confirma os recordes de exportação e importação. Com o cenário interno positivo, o risco-país brasileiro caiu desde o início do dia e por pouco não bateu recorde histórico.
O cálculo do risco-país leva em conta o comportamento dos juros pagos pelos títulos da dívida externa do país. Quanto mais os investidores compram, mais os títulos se valorizam e menos juros eles pagam, indicando maior confiança do investidor no país. O risco-país mede, na prática, o grau de confiança depositado na economia.
JUROS As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam perto da estabilidade, com leve indicação de baixa. O destaque do dia foi a divulgação do Boletim Focus, que mostrou manutenção das projeções de inflação para 2005 (em 5,21%) e leve redução da previsão para 2006 (4,63%).
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,96% ao ano, contra 18,98% no fechamento de sexta-feira. O DI de julho de 2006 teve a taxa reduzida de 18,16% para 18,13% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 ficou estável, em 17,63% anuais.
PARALELO O dólar paralelo fechou estável nesta segunda-feira, cotado a R$ 2,42 na compra e R$ 2,52 na venda. O dólar turismo caiu 0,43% e encerrou o dia a R$ 2,17 na compra e R$ 2,31 na venda.