SÃO PAULO - O mercado brasileiro de ações levou um tombo nesta terça-feira, empurrado pelos investidores estrangeiros. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencou 3,88%, com o Índice Bovespa em 29.067 pontos. Os negócios na bolsa totalizaram R$ 1,673 bilhão.
A bolsa paulista iniciou o dia em alta, mas inverteu a tendência irreversivelmente depois da divulgação da inflação no atacado americano. A taxa de 1,9% do PPI (sigla para índice de preços ao produtor) ficou acima do esperado. A alta de 0,3% no núcleo de inflação também superou as estimativas. O incômodo com a situação financeira das concordatárias Delphi e Refco também ajudou a gerar mal estar.
Segundo operadores, as ordens de venda vieram de investidores estrangeiros. Não apenas os agressivos "hedge funds" se desfizeram de ações brasileiras, mas também os fundos de pensão americanos, que em geral têm posições de longo prazo. Em princípio, as vendas foram de posições de curto prazo, mas os analistas continuarão atentos ao movimento.
A aceleração da queda aconteceu somente no período da tarde, quando o investidor brasileiro deu maior sinal de nervosismo. Operações de "stop loss" (que limitam perdas) e reversões de carteira fizeram o Ibovespa cair até 3,88% na mínima do dia.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros, não se pode atribuir a queda da bolsa a um ou outro motivo específico. De acordo com ele, é certo que a preocupação com os juros americanos é fato, mas não é a única variável do mercado.
- O mercado tenderá nos próximos dias a operar mais concentrado no "intraday" (compra e venda no mesmo dia). Resta observar os desdobramentos do cenário, como definição dos juros - disse.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas foram de Light ON (-7,81%) e Eletrobrás ON (-6,41%). As únicas altas do índice foram de Contax ON (+4,16%), Banco do Brasil ON (+0,98%) e Telemar Norte Leste PNA (+0,16%).
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