Bovespa fecha com recorde histórico

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu recorde histórico de pontos nesta sexta-feira, o que não acontecia desde 7 de março. O Índice Bovespa subiu 1,53% e fechou em 29.815 pontos, ultrapassando com folga o teto anterior, de 29.455 pontos. No acumulado da semana, a Bovespa subiu 1,73%. Em 2005, a alta acumulada é de 13,82%.

Em um dia de otimismo no mercado financeiro o dólar à vista andou "de lado" nesta sexta-feira e fechou com leve alta, de 0,13%. A moeda americana fechou a R$ 2,297 na compra e R$ 2,299 na venda.

O risco-país cedeu mais 5 pontos e fechou a 366 pontos centesimais, seu menor patamar desde outubro de 1997.

No acumulado da semana, o dólar teve baixa de 0,48%. A moeda americana está em pleno teste do piso informal dos R$ 2,30, abaixo do qual o Banco Central pode poderia voltar a comprar. Foi o que aconteceu no início de agosto, quando a cotação chegou a R$ 2,28, levando o BC a promover uma única compra.

Na mínima do dia, a cotação de venda chegou a R$ 2,288 (-0,35%). A cotação mais baixa aumentava a cautela dos investidores, ao mesmo tempo em que incentivava operações de remessa de recursos ao exterior. Com isso, o câmbio aparentemente não seguiu a euforia da bolsa, por exemplo.

"O mercado ficou com essa questão do BC na cabeça, mas nem por isso o dia deixou de ser de grande otimismo. A emissão brasileira em reais continuou a embalar o mercado, que prevê a manutenção do fluxo de recursos ao país", disse um profissional de um banco estrangeiro.

Dois dias após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) as taxas de juros do mercado futuro fecharam muito próximas da estabilidade. O Copom reduziu na quarta-feira a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 19,50% ao ano. A decisão veio dentro do esperado e poucos ajustes foram necessários no mercado futuro.

Juros

Nesta sexta, o Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 19,09% ao ano, estável no dia. A taxa de julho do ano que vem também não se alterou, ficando em 18,24% anuais. Já a taxa de janeiro de 2007, do DI mais negociado, recuou de 17,68% para 17,67% anuais.

Paralelo

O dólar paralelo negociado no Rio de Janeiro fechou em queda de 2% nesta sexta-feira, cotado a R$ 2,35 na compra e R$ 2,45 na venda. Em São Paulo, o paralelo ficou estável, a R$ 2,51 na compra e R$ 2,61 na venda. O dólar turismo de São Paulo subiu 0,40%, a R$ 2,27 e R$ 2,45 na compra e venda, respectivamente.

Ações

Os negócios realizados na bolsa somaram R$ 1,891 bilhão, evidenciando um novo pregão com forte presença de investidores estrangeiros. Segundo operadores, os estrangeiros puxaram principalmente o Índice Bovespa Futuro, o que arrastou também o índice à vista. As vedetes do dia foram as ações de siderurgia, símbolo do aquecimento econômico esperado para os próximos meses.

A inédita emissão soberana de títulos em reais, anunciada na quinta-feira, continuou a incentivar o bom humor dos investidores. Segundo informações do mercado, a operação ficou em US$ 750 milhões, com a colocação de títulos de 10 anos e com juros de 13,80% ao ano. Nesta semana, três empresas captaram US$ 1,3 bilhão em bônus perpétuos. A Gerdau concluiu na quinta-feira a emissão de US$ 600 milhões em títulos dessa natureza, com US$ 3,5 bilhões de demanda.

"Não é apenas a emissão em reais feita pelo Tesouro que está animando o mercado, mas sim o que ela representa. Ela mostra que é grande a disposição do estrangeiro em relação aos ativos brasileiros", afirma Sussumo Assai, da corretora Itaú.

Para Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros, as ações estão muito "esticadas" e indicam a iminência de uma realização de lucros. Mas essa realização vai depender do apetite do investidor estrangeiro, que parece ter chegado à bolsa com força. "As análises gráficas indicam que não seria hora de comprar agora, mas o mercado não sabe exatamente para onde está indo", afirma.

Entre as 57 ações do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Usiminas PNA (+5,34%) e CSN ON (+5,27%). As quedas mais significativas do índice foram de Telesp Celular Participações PN (-7,21%) e Tim Participações ON (-2,63%).