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Apesar da queda das bolsas americanas e da tensão com o cenário político, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta 0,61%, com o Índice Bovespa em 29.049 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 1,526 bilhão, voltando à média das últimas semanas.

O mercado de câmbio evitou oscilações mais bruscas nesta quarta-feira de agenda cheia no cenário doméstico. O dólar operou em alta na maior parte do dia, mas fechou quase estável (alta de 0,04%), cotado a R$ 2,327 na compra e R$ 2,329 na venda. O risco-país terminou o dia em 382 pontos centesimais, com baixa de 6 pontos.

Desta vez a queda das bolsas americanas não foi empecilho à alta da Bovespa. O índice Dow Jones caiu 0,49% e o Nasdaq Composite, 1,03%. Segundo Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros, houve fortes indícios de uma maior presença de investidores estrangeiros na ponta de compra.

- Aparentemente, os investidores estrangeiros têm entrado no mercado nos dias mais tensos, para valorizar suas posições. Depois, vendem aos poucos, realizando lucros - afirmou o consultor.

Levantamento feito pela Bolsa mostra que nos 9 primeiros dias deste mês os estrangeiros tiraram o equivalente a R$ 47,505 milhões do mercado. Apesar da saída de dinheiro externo, a Bovespa apresentou desempenho positivo no período dos nove primeiros dias de setembro. Até aquele dia, o Índice Bovespa tinha alta de 4,5% no mês e atingia a marca de 29.307 pontos, bem perto do teto do ano, de 29.455 pontos. No acumulado do ano, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em R$ 2,839 bilhões.

O ritmo dos negócios foi de espera da definição dos juros básicos da economia, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic é dado como certo e não teria impacto nos negócios com ações. Mas uma queda de 0,50 ponto teria repercussão bastante positiva na bolsa.

O cenário político foi o mais agitado, com depoimentos, discursos e exibição de provas. O principal foco das atenções foi a sessão para votação do pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson. Os negócios na bolsa foram encerrados antes do temido discurso de Jefferson.

Entre as 57 ações do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Copel PNB (+4,80%) e Contax ON (+4,37%). As quedas mais significativas do índice ficaram com Braskem PNA (-2%) e Tele Centro Oeste PN (-1,83%).

DÓLAR Segundo informações das mesas dos bancos, a pressão sobre o dólar teve influência mais externa que interna. A alta dos juros dos títulos americanos teria incentivado a valorização da cotação, com o aumento da atratividade dos papéis. Mas o cenário interno foi a principal atração do dia.

A espera pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) impôs cautela ao mercado, assim como o monitoramento dos desdobramentos da crise política. Entre os destaques do dia esteve a apresentação de um cheque que complicou a situação do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. A votação da cassação do deputado Roberto Jefferson foi outro foco de atenção.

- A expectativa de ingresso de recursos externos reduziu a pressão. Notícias de novas captações privadas e rumores sobre emissão soberana do país ajudaram o dólar a fechar estável - disse o gerente de mesa de câmbio de um grande banco.

JUROS O mercado futuro de juros trabalhou em clima de expectativa e apenas fez ajustes para aguardar a definição sobre os juros básicos da economia. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as apostas continuaram a apontar uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que passaria a 19,50% ao ano. Para o câmbio, os efeitos desse corte seriam praticamente nulos.

Os vencimentos mais longos do Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam em alta, com ajustes de última hora dos investidores. Nos vencimentos mais curtos, o dia foi de estabilidade. De acordo com a média de apostas, a Selic cairia 0,21 ponto percentual.

- Houve praticamente um consenso de que haverá queda de 0,25 ponto na taxa Selic. Quem acreditava em um corte maior acabou por fazer ajustes - afirmou José Ranieri, diretor de juros na Corretora Liquidez.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,50% ao ano, contra 19,51% do fechamento de terça-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa levemente elevada de 19,05% para 19,06%. A taxa do DI de janeiro de 2007 subiu de 17,53% para 17,64% anuais.

PARALELO As cotações do dólar paralelo negociadas em São Paulo e no Rio de Janeiro fecharam estáveis nesta quarta-feira. Em São Paulo, o "black" ficou em R$ 2,52 e R$ 2,60 na compra e venda, respectivamente. No Rio, ficou em 2,40 e R$ 2,50. Já o dólar turismo de São Paulo caiu 0,40% e fechou a R$ 2,30 na compra e R$ 2,46 na venda.

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