A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou atenta ao cenário político e fechou com alta de 1,87% nesta terça-feira, com o Índice Bovespa em 26.788 pontos, a melhor marca desde 21 de março. O volume financeiro foi de R$ 1,413 bilhão, com boa participação de capital externo.

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O fluxo cambial positivo e cenário político levaram o dólar a fechar em queda de 1,13% nesta terça-feira, cotado a R$ 2,340 na compra e R$ 2,342 na venda. O risco-país brasileiro caiu 2% e fechou em 392 pontos centesimais, menor patamar desde março.

O mercado teve intensas especulações com o cenário político, mas não se abalou com isso. Ao contrário, reagiu bem aos boatos de uma "faxina" na crise política, com uma suposta renúncia de deputados associados ao mensalão. A boataria surgiu na segunda-feira, com a renúncia de Valdemar Costa Neto (PL).

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A principal expectativa dos investidores desde a abertura dos negócios foi o depoimento de José Dirceu na Comissão de Ética da Câmara. O ex-ministro foi o principal alvo dos boatos de renúncia, o que levou sua assessoria a negar essa possibilidade antes que começasse o depoimento. No fechamento do câmbio, Dirceu ainda estava em seu discurso inicial.

- O mercado já não acredita em desdobramento mais sério na crise política, já que as investigações apontam para vários nomes, inclusive de governos passados. Não há mais a mesma preocupação, porque o investidor acredita que a crise não vai estragar os fundamentos - disse Shiguemi Fujisaki, diretor de câmbio da corretora Socopa.

Além disso Fujisaki afirma que o fluxo cambial é claramente positivo, como mostram os recordes da balança comercial. Segundo ele, os recursos ingressam ao país também em busca da rentabilidade garantida pelos juros altos do país. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também tem sido destino dos recursos que entram no país. Segundo relatam as mesas de câmbio dos bancos, a terça-feira foi ingressos tanto no segmento comercial, como no financeiro.

AÇÕES - Apesar da expectativa em torno do depoimento do ex-ministro José Dirceu na Comissão de Ética da Câmara, não houve novidades, pelo menos antes do fechamento dos negócios. Para Sussumo Assai, da corretora Itaú, o mercado dá sinais de que está superando a crise.

- Não houve fatos novos e tudo o que está sendo dito é conhecido. Enquanto isso, o mercado não teve como ignorar que os fundamentos macroeconômicos estão bastante positivos. Para o investidor estrangeiro, o risco político é o de menos no Brasil - disse ele.

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As ações de telefonia fixa andaram na contramão do mercado e fecharam em baixa. A queda aconteceu devido à decisão judicial que suspendeu a cobrança de assinatura mensal dos assinantes da Telemar, Brasil Telecom e Telefônica. Telesp PN (Telefônica) fechou em queda de 1,58% e foi a maior desvalorização do Ibovespa. Telemar ON caiu 0,59% e foi a terceira maior queda.

Entre as 55 ações que fazem parte do índice, as maiores altas foram de Light ON (+7,69%) e Braskem PNA (+6,83%).

JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa, acompanhando a tendência do dólar. O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,59% ao ano, contra 19,60% do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2006 teve a taxa reduzida de 19,11% para 19,10% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007, o mais negociado, recuou de 18% para 17,84% anuais.

PARALELO - O dólar paralelo negociado no Rio de Janeiro fechou em queda de 1,92%, cotado a R$ 2,40 na compra e R$ 2,55 na venda. Em São Paulo, o paralelo fechou estável, a R$ 2,57 na compra e R$ 2,67 na venda. O dólar turismo de São Paulo fechou em queda de 1,18%, a R$ 2,32 e R$ 2,50 na compra e venda, respectivamente.

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