A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve sua quarta alta consecutiva nesta quinta-feira tranqüila para o mercado nacional. O Índice Bovespa fechou em 31.099 pontos, com valorização de 0,65%. Os negócios na bolsa paulista somaram R$ 2,184 bilhões, volume considerado expressivo. O fluxo cambial positivo e cenário tranqüilo levaram o dólar a fechar em queda de 1,02% nesta quinta-feira pós-feriado no Brasil. A moeda americana encerrou o dia valendo R$ 2,220 na compra e R$ 2,222 na venda.
Com a agenda interna escassa, as atenções do mercado voltaram a se concentrar no mercado americano. Por lá os destaques ficaram por conta da fala do presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, e da divulgação de indicadores econômicos. A produtividade do trabalhador americano subiu 4,1% no terceiro trimestre, reforçando a tese de que a economia local permanece firme.
Alan Greenspan mostrou otimismo com a economia americana, mas foi mais ponderado quando abordou o tema inflação. Ele afirmou que a inflação atual está próxima de zero, mas mostrou preocupação com a manutenção do controle das taxas de remarcação de preços. As bolsas americanas responderam bem, mas perderam um pouco do fôlego ao longo do dia, influenciando a bolsa paulista.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros, a Bovespa está aproveitando a melhora do cenário externo para recuperar perdas. Com isso, ele não descarta que o mercado volte para os picos do ano, com o Ibovespa em torno dos 32 mil pontos.
Nos melhores momentos do dia, a Bovespa chegou a subir 1,90%, em uma espécie de ajuste ao feriado da véspera, quando as bolsas americanas subiram com força. Telemar PN, principal ação da bolsa, fechou em alta de 1,40%. Petrobras PN, segunda de maior peso, subiu 2,68%. Em quatro dias de alta, a bolsa já subiu 6,07%.
Entre as ações do Índice Bovespa, as maiores altas do dia foram de Embratel Participações PN (+4,25%) e Cesp PN (+3,83%). As quedas mais significativas do índice são de Telesp Celular Participações PN (-5,33%) e Aracruz PNB (-4,48%).
CÂMBIO - O dólar já iniciou o dia em baixa e assim permaneceu por todo o tempo, dando continuidade à tendência predominante nos últimos dias. O Banco Central realizou seu leilão de compra ainda antes do horário de almoço, adquirindo recursos dos bancos por R$ 2,237 (-0,36%). A partir de então, a cotação acelerou o ritmo de queda e fechou perto da mínima do dia.
- As compras do Banco Central não têm força para segurar a cotação do dólar, principalmente porque os juros do país continuam altos. Mas é uma boa oportunidade para o BC comprar dólares e recompor reservas - disse Shiguemi Fujisaki, diretor de câmbio da corretora Socopa.
O cenário externo foi marcado por alguns eventos nos Estados Unidos que concentraram atenções, mas não geraram sobressaltos. O presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, falou sobre a economia americana e fez advertências sobre o controle da inflação. Os juros dos títulos americanos voltaram a subir, mas não impediram a alta das bolsas de valores. No final do dia, o risco-país brasileiro estava perto da estabilidade.
JUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa nesta quinta-feira, acompanhando o bom desempenho do restante do mercado. O Depósito Interfinanceiro (DI) de abril do ano que vem fechou com taxa de 17,97% ao ano, contra 18% do fechamento de terça-feira. O DI de outubro ficou com taxa de 17,48%, contra 17,55% anuais. A taxa do DI de janeiro de 2007 recuou de 17,46% para 17,34% anuais. Os juros básicos da economia (taxa Selic) estão em 19% ao ano.
PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou em baixa de 0,80%, cotado a R$ 2,38 na compra e R$ 2,48 na venda. O dólar turismo fechou estável, a R$ 2,20 na compra e R$ 2,35 na venda.