A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) viveu dois momentos distintos nesta quarta-feira, ambos influenciados pelo mercado externo. Depois de ter caído até 1,62% pela manhã, o Índice Bovespa virou e acabou fechando em alta de 0,79%, aos 29.297 pontos. Os negócios totalizaram R$ 2,289 bilhões.
Em mais um dia relativamente tranqüilo o dólar à vista fechou em alta de 0,40%, cotado a R$ 2,248 na compra e R$ 2,251 na venda. Com o fluxo cambial positivo, a cotação só não caiu devido à instabilidade externa.O Risco Brasil fechou aos 368 pontos centesimais nesta quarta-feira, com queda de 5 pontos no dia. O EMBI+ Brasil é calculado pelo banco de investimentos JP Morgan. O risco-país da Argentina fechou alta de 3 pontos, aos 404 pontos centesimais.
As oscilações foram comandadas pelas bolsas americanas, que por sua vez oscilaram de acordo com as notícias e expectativas em relação à economia dos Estados Unidos. Se pela manhã o receio com o aumento de juros falou mais alto, à tarde o mercado se mostrou mais otimista depois da divulgação do "Livro Bege" e da queda dos preços do petróleo.
A expectativa pela definição dos juros básicos da economia brasileira ficou em segundo plano, apesar da importância do acontecimento. A expectativa dos analistas é de que a Bovespa reagirá positivamente se o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir os juros básicos em 0,50 ponto percentual.
- A melhora dos mercados foi um misto de correção e de melhora de humor - disse Gustavo Barbeito, do Banco Prosper.
Segundo o analista, não houve notícia que alterasse o quadro econômico americano, mas os investidores passaram a olhar com bons olhos os números de crescimento da economia e os bons resultados das empresas locais.
Telemar PN, principal ação da bolsa, fechou em alta de 3,64%. Entre as ações do Índice Bovespa, as maiores altas foram de Tele Leste Celular PN (+11,57%) e Tim Participações ON (+8,74%). As quedas mais significativas do índice foram de Souza Cruz ON (-4,90%) e Siderúrgica Tubarão PN (-4,23%).
CâmbioO dólar abriu com um "gap" de alta devido ao cenário externo ruim. Mas houve ingressos de recursos externos, que aliviaram a pressão e permitiram que o Banco Central comprasse uma pequena quantidade de dólares - explicou um gerente de câmbio.
Na máxima do dia, a cotação de venda chegou a R$ 2,258 (+0,71%). O compasso de espera pela decisão dos juros básicos da economia ajudou a reduzir o ritmo do mercado de câmbio. A possibilidade de uma decisão conservadora do Banco Central poderá incentivar a baixa do dólar, uma vez que a manutenção dos juros altos também mantém a atratividade do país.
JurosAs projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) tiveram pequenas oscilações neste dia decisivo para o mercado futuro de juros. À espera do Copom, os investidores se mantiveram divididos. Na média, o mercado apostou em um corte de 0,28 ponto percentual na Selic.
A inflação mostrou aceleração nos dois índices divulgados no dia. O IPC-Fipe registrou alta de preços de 0,64% na segunda quadrissemana de outubro, contra 0,59% da prévia anterior. O IGP-10, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, teve alta de 0,48%, contra deflação de 0,69% em setembro.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,84% ao ano, estável. O DI de janeiro de 2007 subiu de 17,74% para 17,77% anuais.
ParaleloO dólar paralelo negociado em São Paulo fechou estável nesta quarta-feira, cotado a R$ 2,40 na compra e R$ 2,50 na venda. O dólar turismo de São Paulo também não variou e fechou a R$ 2,20 na compra e R$ 2,35 na venda.
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