A economia brasileira manterá um crescimento superior a 3% nos próximos dois anos, No entanto segundo anunciou nesta terça-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. Em seu Panorama Econômico, a OCDE diz que a economia do país vai se sustentar graças à demanda doméstica e que está no caminho para cumprir a meta de inflação de 4,5% em 2006.

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A organização disse que o crescimento do Produto Interno Bruto real do Brasil deve desacelerar para 3,2% neste ano, depois da expansão de 4,9% em 2004. No entanto, estima que o crescimento deverá ser de 3,7% em 2006 e de 3,9%, em 2007.

"Uma combinação de fundamentos econômicos que se fortalecem e a renovada resistência são um bom agouro para uma retomada do crescimento no médio prazo", afirmou a OCDE sobre o Brasil.

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"A flexibilização monetária adicional impulsionará o crescimento, junto com as condições favoráveis do crédito e do mercado de trabalho", acrescentou a organização que tem sede em Paris.

No entanto, o organismo internacional aconselha que o país aproveite o superávit das contas públicas para acelerar a redução do peso da dívida. Além disso, a OCDE ressalta que as exportações continuam progredindo a um ritmo "dinâmico" por causa do elevado preço das matérias-primas vendidas ao exterior mas, muito mais pelos bons resultados de outros produtos.

Os autores do Panorama Econômico advertem que as "turbulências políticas" geradas pelas acusações de financiamento ilegal da campanha presidencial "perturbam" o calendário legislativo e lamentam que por isso "é pouco provável que o ritmo das reformas estruturais se acelerem nos próximos meses".

Quanto à política monetária do governo, a OCDE acredita que provavelmente "continuará a seguir um bom caminho" este ano deve superar o objetivo de um excedente orçamentário de 4,25% do PIB graças à solidez das receitas.

O conheciso "Clube dos Desenvolvidos" alerta para vários riscos em suas previsões. No plano interno, o principal é uma espiral inflacionária por causa da disparada da demanda interna. Seu cenário, se o risco se confirmar, é de uma inflação média de 4,7% em 2006 e de 4,5% em 2007.

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Outra fonte de incerteza para o país, de acordo com o relatório, vem do calendário político, por causa da convocação das eleições presidenciais para outubro de 2006.

No plano externo, as principais ameaças seriam a manutenção dos preços elevados do petróleo e uma mudança de tendência nos mercados mundiais de capitais, que se traduzem em uma menor atração dos investidores pelos mercados emergentes como o Brasil.