A avaliação negativa sobre corrupção e desperdício de gastos públicos derrubou o Brasil do 57º lugar para a 65ª posição no ranking de competitividade divulgado nesta quarta-feira pelo Fórum Econômico Mundial.
O comunicado que anuncia a divulgação do ranking diz que "os escândalos de corrupção e outros eventos que atingiram a "imagem" do setor público minaram a confiança dos empresários e desviaram as atenções dos legisladores de tarefas importantes na preparação da economia brasileira para os desafios da concorrência internacional".
Segundo o relatório, os países nórdicos, liderados pela Finlândia, possuem algumas das economias mais competitivas do mundo, apesar da alta carga tributária e dos sistemas de seguridade social. Pelo segundo ano consecutivo, o informe classifica os EUA como o segundo da lista, embora tenha advertido para o perigo de uma má administração das finanças por parte do governo George W. Bush.
Segundo o informe, o México mostrou um comportamento medíocre, caindo do 48º lugar no ano passado para 55º, em 2005. O informe afirma que Brasil e México sofreram uma deterioração na qualidade de suas instituições públicas, "incluindo fatores como a independência judicial e favoritismo de funcionários do governo na tomada de decisões".
O país mais competitivo da América Latina, de acordo com o informe, é o Chile, que ocupa o 23º lugar, embora tenha perdido um ponto em relação ao ano passado.
Além da Finlândia, outros quatro países nórdicos - Suécia no terceiro posto, Dinamarca no quarto, Islândia em sétimo e Noruega em nono lugar - ficaram entre os dez primeiros lugares da lista, que mede a competitividade das economias durante o ano de 2005.
Entre os dez primeiros na lista de 117 países, aparecem também Taiwan, Cingapura, Suíça e Austrália, que passou de 14º lugar em 2004, para o 10º.
O estudo, baseado em dados econômicos e na opinião de empresários consultados em 117 nações, ressalta que os países nórdicos "desafiam o pensamento tradicional de que os altos impostos e uma ampla de rede de segurança social minam a competitividade".
Embora suas próprias comunidades empresariais tenham ressaltado a alta carga tributária como um problema potencial, "não há provas de que isto esteja afetando a capacidade desses países de competir efetivamente nos mercados mundiais ou de proporcionar alguns dos melhores níveis de vida do mundo", disse Augusto Lopez Claro, economista-chefe do Fóro.
O organismo, que promove o encontro anual de empresários e líderes políticos em Davos, publica o informe há 26 anos.
ADVERTÊNCIA - O informe, que este ano inclui consultas a 11 mil líderes empresariais e a uma ampla gama de instituições dos diversos países pesquisados, tem como eixo os fatores que afetam a marcha das economias, desde a qualidade das instituições públicas até a tecnologia e inovação.
Finlândia, EUA e Suíça ocuparam os três primeiros lugares da lista pelo segundo ano consecutivo, mas o Fóro advertiu que Washington poderia ter perdido o posto por causa das preocupações em torno das atuais políticas do governo.
Embora desfrute de supremacia tecnológica e possua uma "poderosa cultura de inovação", os EUA obtiveram uma classificação pobre na área de contratos e nos aspectos jurídicos.
Quando ao cenário macroeconômico, os EUA se mantêm no 47º lugar entre os 117 países, reflexo da crescente preocupação internacional por seus desequilíbrios fiscais.
Entre os países que caíram na lista destacam-se o Japão, passando do 9º posto para 12º, e Hong Kong, do 21º para 28º lugar.
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