Um levantamento do Fórum Econômico Mundial confirmou uma realidade da qual o mercado de trabalho e as empresas brasileiras se queixam há tempos: a qualidade do capital humano brasileiro deixa muito a desejar para um país que quer ser grande. Entre 122 países analisados, o Brasil amargou o 57.º lugar do ranking, praticamente no meio da classificação, mas muito distante dos países com a melhor mão de obra do mundo, cuja lista é encabeçada pela Suíça, Finlândia, Singapura e Holanda. Na América Latina, o potencial humano brasileiro ficou atrás da Costa Rica, Chile, Panamá e Uruguai, respectivamente.
O estudo buscou captar todas as dimensões que influenciam a formação e a qualidade do capital humano de um país e mediu a capacidade dessas nações em transformar esses "recursos" em vantagens econômicas e desenvolvimento. Para compor o Índice de Capital Humano dos países, foram avaliados 51 indicadores divididos em quatro pilares: Educação, Saúde e Bem-Estar, Força de Trabalho e Emprego e Ambiente Favorável.
Ponto fraco
A educação foi o calcanhar de Aquiles do Brasil no ranking. Nessa área, o país atrás de boa parte de seus vizinhos latino-americanos como Chile (49.°), Argentina (56.°), Uruguai (66.°). Entre os BRICS, a qualidade da mão de obra brasileira ganhou apenas da África do Sul, que ficou em 92.° lugar.
Moral da história
A intenção do estudo é mostrar que são os investimentos em áreas como a educação que se traduzem em produtividade e competitividade de um país. "Esperamos mobilizar os governos e o setor empresarial para suprir as lacunas de capital humano através da colaboração público-privada, chamando a atenção para uma questão que é fundamental para o crescimento e a estabilidade da sociedade e da economia global", diz o relatório. Não à toa os países com economias fortes e competitivas são também aqueles que possuem a melhor mão de obra.